terça-feira, 28 de maio de 2013

Relacionamentos e evangelização



Fp 2.14-16

Pense em quantos dos seus relacionamentos incluem algum grau de dor e decepção!  De uma olhada em sua própria família. O que faz da Bíblia um livro tão convincente é que ela entende isso. O drama das Escrituras é o nosso drama. Toda a nossa história é repleta de momentos de arrependimento. Há tempos que gostaríamos de anular as palavras que dissemos. Há tempo que gostaríamos de voltar no tempo e desfazer as decisões que tomamos. Há tempos em que a paixão venceu sobre os princípios.  Aprendemos ao longo do caminho e erramos, às vezes acertamos. Às vezes, nos irritamos ferozmente com uma pessoa que amamos profundamente.  Há tempo de alegria, de tristeza, de gratidão, de ansiedade.
Portanto, é surpreendente que consigamos encontrar momentos em que tudo dá certo. O que mais surpreende em nosso mundo não é o tamanho do dano que nele há, mas a presença de qualquer coisa boa.  O fato de relacionamentos permanecerem intactos e até durarem anos é um sinal de que a bondade de Deus ainda resiste ao mundo.

Esperança em meio ás ruínas.

Porque as pessoas experimentam alegria em seus relacionamentos?
Por causa da presença de Deus.  Sendo assim, conflitos podem ser resolvidos, uma conversa difícil acaba dando frutos positivos, as pessoas nos ajudam, recebemos perdão, amor verdadeiro é expresso e compartilhado, conseguimos ter profundas amizades, as pessoa ignoram as nossa fraquezas e aplaudem nossas forças, as pessoas conseguem ser honestas sem ser rudes.
Os Salmos são um bom retrato disso, eles expressam fragilidade e o sofrimento da vida nos gritos de pessoas que anseiam por algo que é verdadeiramente melhor. Mas eles apresentam também louvor que subsiste em situações cheias de medo, dor, mágoa e decepção. O louvor nunca ignora essas experiências.
Exemplo Salmo 57
O salmista não recua diante das dificuldades da vida, mas também não evita falar delas.  Ele reconhece a realidade do desastre e mesmo assim clama por Deus em meio a ele. Esse Salmo é uma adoração marcada pela dor.

O que isso tem a ver com evangelismo?

Deveriamos ser uma comunidade graciosa que relaciona bem e ajuda o mundo caído a nossa volta a se relacionar. Deveriamos ser uma comunidade revolucionária, que combate o mal. Quais são as nossas armas? Humildade, sinceridade, esperança, graça e coragem. Uma comunidade que se aproxima do não crente e o convida para fazer parte do seu mundo.
Somos o povo do livro, o povo do reino de Deus.
Martyn Lloyd Jones: “Não se deixem rebaixar sendo embaixadores da rainha da Inglaterra, continuem sendo embaixadores do Rei dos Reis.”
A revolução do reino de Deus não é barulhenta nem explosiva. É uma revolução silenciosa, feita por servos humildes, que, muitas vezes, passam desapercebidos.  Basta lembrar do nosso rei.
Como é que Jesus entrou na história da humanidade?
Ele veio como nenê, nascido em pobreza no meio de um povo oprimido. Ele pregou uma mensagem de esperança que se disseminou por meio da silenciosa, porém poderosa demonstração do amor de Deus mediante seu sofrimento, sua morte e ressurreição.  Onde esse Rei estiver presente, essas mesmas virtudes surpreendentes também estarão. São essas as virtudes que conquistarão o coração do incrédulo.
A maioria das pessoas experimentam sentimentos de medo e desesperança. O que nós temos para apresentar? O evangelho que fala de poder, de esperança e da realidade do rei Jesus.
Lc 17.20-21
Numa conversa com os fariseus, Jesus apontou sua compreensão falsa do reino de Deus. Eles imaginavam um sistema de regras políticas dentro do qual eles fariam parte da classe poderosa. Jesus lhes ensina que o seu reino não é um sistema, mas a demonstração palpável da presença do Rei.
Os fariseus estavam esperando um reino terrestre e político e, por isso, sua expectativa com relação a sua vinda estava voltada para o futuro.  Tinha uma noção errada sobre a forma visível que o reino se apresentaria.
Jesus não quer dizer que o reino é apenas uma realidade interna, o que ele está dizendo é que o reino está bem ai para que eles vejam e eles não veem.  O que ele esta dizendo era que porque o Rei já esta aqui, há sinais visíveis do seu reinado.  Quais são os sinais?
Uma realidade interna da graça que se expressa por meio de mudanças visíveis em indivíduos e seus relacionamentos.  Quais são? Humildade, sacrifício, alegria e paciência, além de muitas outras qualidades. O impacto dessa revolução se estenderá a sistemas e instituições, mas não é onde ela começa. Ela é iniciada no coração das pessoas e seus efeitos ondulatórios alcançam os mais remotos aspectos do pecado. Os fariseus não enxergavam que estavam olhando para o próprio Rei.
O que o reino de Deus tem a ver com você e com a evangelização?
Tudo! Se você estiver vivenciando humildade, perdão, paciência ou conflitos sagrados, está vivenciando a obra do Rei que está construindo o seu reino.  Isso significa que os relacionamentos são um lugar onde o reino já chegou, e seu propósito é atrair outras pessoas ao Rei. Além disso, sempre que você falar de mudanças em seu vida e relacionamentos, não estará chamando a atenção para a sua sabedoria, sua esperteza relacional ou seus dons pessoais, estará chamando a atenção para Jesus, seu rei. As pessoas que acolhemos em nosso meio verão a obra do reino, mas não necessariamente o Rei. É nossa responsabilidade e privilégio aponta-las para ele.

Como tornar o reino visível.
A Bíblia fala do reino de Deus de muitas formas, mas Jesus usa duas metáforas que falam especificamente da sua natureza visível.
Mt 5.13-16

1 – Ser o Sal: sair para o mundo.
A imagem do sal desafia o isolacionismo porque o sal só é suficiente como retardador da decomposição quando se encontra em contato próximo com a substancia a decompor. Esse é um chamado incomodo porque nos afasta do conforto dos relacionamentos que já foram transformados pelo Rei. É, porém, quando vivemos entre pessoas danificadas que cumprimos o nosso chamado. O chamado do reino é um chamado para dentro do mundo, nunca para fora dele.
Jo 17.15: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal”.
Devemos estar no mundo, não devemos, porém, ser dele. Muitas vezes encaramos o nosso papel como sal em termos negativos. Simplesmente denunciamos as coisas ruins da cultura e assumimos uma posição contrária a elas.
A imagem do sal também ressalta a importância do nosso caráter. O Sal só é realmente efetivo se for salgado! Somos chamados para ser pessoas de caráter forte para que ele possa exercer influencia em outros quando entramos em contato com o mundo.  E nisto, as qualidades mais importantes são a humildade e compaixão.  O que dizemos é importante, mas a forma como dizemos também é. O que você representa é importante, mas o que você é enquanto representa também é.  Se você é realmente salgado, Deus quer que você aplique este sal a relacionamentos em decomposição.
Oportunidades de ministério:
1 – Uma família na vizinhança que está enfrentando dificuldades.
2 – Há algum pai ou mãe solteira na escola de seu filho?
3 – Há alguém na igreja que esteja sozinho ou desanimado?
4 – Há alguma adolescente que precisa de um referencial de família?
5 – Há relacionamentos que você pode investir por meio de alguma atividade extracurricular de seu filho?
6 – Quais as necessidade de ajuda social em sua comunidade?
7 – Deus colocou alguma pessoa idosa em sua vida que precisa de companhia?
8 – Como você pode fazer parte da vida das pessoas mais pobres da sua comunidade?
Com certeza, você não foi chamado para fazer todas essas coisas, pois Deus colocou outras responsabilidades em sua vida, mas Deus te chamou para ser sal. Para ser sal você precisa confiar naquele Deus que veio ao mundo para redimi-lo. Devemos ser sábios, mas não devemos ter medo do mundo em que Deus nos colocou.  Sim, haverá confusão. Mas se você for humilde e reconhecer a confusão do pecado em sua própria vida,  e mesmo assim mantiver a sua confiança na sua transformação pela graça de Deus, você terá medo de se aproximar de outros pecadores, mas Deus usará a confusão que você encontrará em outros para incentivar o seu crescimento no Evangelho.

Ser luz: acolher em seu meio.
Ser luz inclui receber pessoas em seu meio para que elas possam ver que o reino já chegou.  Você acolhe outras pessoas para que elas possam ver o impacto que o reino teve em seus relacionamentos.  Os nossos relacionamentos devem ser faróis em um mundo escuro, e somos chamados para acolher as pessoas nessa luz.
Fp 2.14-16
Ef 5.11,15 – Paulo nos chama para “reprovarmos” as “obras infrutíferas das trevas”. A Palavra que Paulo usa para “reprovar” as trevas significa que devemos convencer as pessoas de que o Evangelho é verdadeiro porque nossa vida é testemunho convincente de que Deus veio para os pecadores.  As nossas vidas e relacionamentos devem ser mais convincentes do que os prazeres passageiros do pecado.
Oportunidades para ser luz:
1 – Seu filho tem um amigo que necessita morar com vocês durante algum tempo?
2 – Você tem um colega de trabalho que possa convidar para um jantar ou uma ida ao cinema com seus amigos?
3 – Você conhece uma pessoa idosa que poderia passar as férias com vocês?
4 – Alguém que não consegue andar sozinho e que precisa de ajuda para continuar a vida?
5 – Existe uma outra família que adoraria passar um tempo com a sua família?
6 – Você conhece um casal mais jovem que poderia ser aconselhado por um casal mais velho?
7 – Se você for solteiro você pode oferecer ajuda a uma família com filhos que precisa da sua ajuda.

Ministério e adoração
Mt 25.34-40
Todas as vezes que você ajudar alguém não estará servindo apenas a esta pessoa, estará servindo ao rei e isto é adoração.  Gratidão a Cristo sempre resulta em compartilhar as nossas bênçãos a outros.
Se somos gratos porque Deus nos alcançou, alcançaremos outros.
A gratidão pela disposição de Cristo em mergulhar na confusão dos nossos pecados, nos leva a mergulhar nos pecados dos outros.
A adoração reconhece que nossos bons relacionamentos não pertencem a nós e sim a Cristo, portanto, não podemos guarda-lo para nós mesmos, mas devemos compartilhá-lo com outros. Como respondemos as pessoas sempre é um reflexo de como respondemos a Cristo. Nossa adoração sempre estará sendo expressas na forma como tratamos as pessoas.

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