1 Co 1.26-29
Desde o momento em que
começou seu ministério público em Nazaré, Jesus foi motivo de enorme
controvérsia. O povo de sua própria
comunidade, literalmente tentou mata-lo depois de sua primeira mensagem pública
na sinagoga.
Lc 4.28-30
Mas Jesus se torna
extremamente popular na Galileia.
Multidões passaram a segui-lo devido aos seus milagres.
Lc 5.1
Um dia Jesus teve que
entrar em um barco e pregar dali devido à agressividade e quantidade de
pessoas. Jesus fez exatamente o contrário de tudo o que poderia torna-lo mais
popular ainda, pois passou a enfatizar justamente aquelas coisas que tornavam a
sua mensagem mais controvertida. Ele pregou uma mensagem tão ousada,
confrontante e de conteúdo tão ofensivo que a multidão se dissipou, ficando
apenas os que eram mais devotos.
Jo 6.66-67
Entre estes estavam os
doze. Eram doze homens comuns, sem nada de extraordinário. Mas a estratégia de
Jesus girava em torno desses homens, ele resolveu avançar o seu reino por meio
desses doze homens falíveis ao invés de usar a força das massas, do poder
militar, da popularidade pessoal ou de uma campanha de relações públicas. Do
ponto de vista humano, o futuro da igreja e o sucesso do Evangelho, a longo
prazo, dependiam inteiramente da fidelidade desses homens. Não havia um plano
B, caso fracassassem.
Cristo escolheu
pessoalmente os doze e investiu a maior parte de suas energias neles. Jesus os
escolheu antes que eles o escolhessem ( Jo 15.16). O processo de chama-los e
selecioná-los começou em diferentes períodos.
1º
Chamado – chamado à conversão.
Jo 1.35-51
Acontece perto do
início do ministério de Jesus, próximo ao rio Jordão, onde João Batista
ministrava. Eles já eram discípulos de
João Batista. Esse chamado ilustra como
todo discípulo é chamado. Devemos conhecer Jesus como verdadeiro Cordeiro de
Deus e Senhor de tudo e aceita-lo pela fé.
Essa fase do chamado dos discípulos não sugere um discipulado em tempo
integral. Eles continuaram com suas ocupações de período integral, ganhando o
sustento por meio de empregos comuns.
Por isso, os vemos com frequência pescando e consertando as suas redes.
2º
Chamado – chamado para o ministério.
Lc 5
Acontece no momento em
que Jesus sai das margens do lago de Genesaré para escapar da pressão das
multidões e ensina dentro do barco de Pedro. Após ensinar, ele instrui Pedro
para ir para as águas profundas e lançar suas redes.
Pedro obedeceu, apesar
de tudo ser contra:
1 – Não era a hora
certa: era mais fácil pescar à noite,
quando as águas estavam mais frias e os peixes iam até a superfície para
se alimentar.
2 – Não era o lugar
certo: os peixes normalmente se alimentavam em águas mais rasas e era mais
fácil pesca-los lá.
3 – Pedro estava
exausto: ele pescou a noite toda sem sucesso.
A pescaria foi um
sucesso, as redes romperam de tanto peixe e dois de seus barcos quase
afundaram.
A partir dai os doze se
tornam inseparáveis de Jesus.
3º
chamado – para o apostolado.
Mt 10.1-4; Lc 6.12-16
O apostolado começou
com um estágio. Cristo os envia para pregar. Eles são enviados de dois em dois
(Mc 6.7). Neste estágio eles não estavam preparados para irem sozinhos, por
isso iam em dupla para se apoiarem.
Nesta fase, o próprio
Senhor se mantém bem próximo deles. Como uma mãe observando os seus filhos. Reportavam-se
a ele com frequência, contando como estavam as coisas (Lc 9.10; 10.17). Depois
de um período de trabalho evangelístico, voltaram-se para o Senhor e ficaram
com ele por um período mais prolongado de ensinamentos, ministério, comunhão e
descanso (Mc 6.30-34).
4º
Chamado – para o martírio.
Após a ressurreição
Jesus os chama para dar as suas vidas pelo evangelho.
Apesar dos obstáculos
eles triunfaram, entraram na glória
vitoriosos.
O
TEMPO
Lc 5.17
Nos mostra um momento
em que a oposição a Jesus cresce e atinge o seu ápice. Jesus começa a enfrentar
oposição da parte dos escribas e fariseus.
Em Lc 6.11 o conflito
atinge o ápice, onde os líderes religiosos começam a querer destruir Jesus (Mt
12.14; Mc 3.6). É neste momento que Jesus escolhe os doze. Jesus já podia
sentir os primeiros sinais de sua morte iminente. A essa altura, faltavam menos
de dois anos para a crucificação. Por isso, ele começa a treinar pessoas para
que sua obra na terra tenha continuidade. Os apóstolos seriam os seus
representantes oficiais.
Jesus não escolhe um
único rabino, nem escriba, nem fariseu, nem saduceu, nem sacerdote. Nenhum dos
selecionados vinha de uma instituição religiosa. A escolha foi um julgamento
contra o judaísmo institucionalizado. Ele selecionar pessoas que não eram
treinadas em teologia – pescadores e coletor de impostos.
Os líderes religiosos
eram hostis à mensagem do evangelho. Desprezavam as doutrinas da graça,
rejeitavam o arrependimento, olhavam com desdém para o perdão, e repudiavam a
fé que Jesus simbolizava. Não aceitavam
o fato de que Jesus era Deus em carne humana. A mensagem de Jesus era uma
ameaça ao poder deles.
OS
DOZE.
Os doze eram galileus e
não a elite. Galileus eram camponeses de classe baixa e ignorantes. Deus escolheu o humilde, o pequeno, o manso e
o fraco para que não haja dúvida quanto à fonte de poder quando a vida dessas
pessoas mudar o mundo. Não é o homem que conta, é a verdade de Deus e o poder
de Deus.
Mas ao serem escolhidos os apóstolos se tornam os
verdadeiros líderes espirituais de Israel. Eles são os primeiros pregadores da
nova aliança, se tornam o alicerce da igreja (Ef 2.20). Eles se tornaram
grandes líderes espirituais e grandes pregadores sob o poder do espírito santo,
mas não foi por causa de qualquer aptidão oratória inata, capacidade de
liderança ou qualificação acadêmica, mas pelo poder da mensagem que pregaram.
O
MESTRE.
Jesus escolhe os doze
no momento em que percebe que sua morte esta para chegar. A partir desse
momento o caráter do seu ministério muda. Sua prioridade passa a ser o treinamento dos
doze.
Como Jesus escolheu?
1 – Ele se afasta para
ter comunhão com o Pai. Ele já sabia quem eram dos doze, mas ele orava por
eles. (Lc 6)
2 – Jesus chama várias
pessoas em um primeiro momento (Lc 6.13). Não chamou apenas os doze. Neste
contexto, a palavra discípulo se refere aos seus seguidores de um modo geral. O
termo em si significa “estudante, aprendiz”. Devia haver muitos discípulos, e
dentre eles, Jesus escolheria os doze para serem os apóstolos. Mas aos poucos as pessoa vão abandonando
Jesus ao ouvirem suas duras mensagens (Lc 6.53-66).
Havia discípulos indo e
vindo. Pessoas que se sentiam atraídas e depois ficavam desiludidas.
3 – Jesus escolhe doze.
Por que doze? Porque havia 12 tribos de Israel. Mas Israel era apóstata. O
Judaísmo do tempo de Jesus representava uma corrupção da fé do Antigo
Testamento. Israel havia abandonado a graça divina em trona de uma religião de
obras. Sua religião era legalista. Baseada na descendência de Abraão e não na
fé de Abraão. Cristo nomeia uma nova liderança para uma nova aliança(Lc
22.29,30). Os apóstolos representavam um Israel novo, Israel foi condenado. Os
doze apóstolos estavam no lugar da doze tribos. Eram prova viva de que o reino
de Jesus estava prestes a se estabelecer.
A
INCUMBÊNCIA
Mc 3.14, Lc 6, Lc 9.1
Os discípulos primeiro
estiveram com Jesus e vários meses depois Jesus reúne os doze e lhes dá
autoridade sobre os demônios e poder para curar enfermidades. Ele delega a eles
seu poder de realiza milagres.
Os apóstolos tinham
principalmente a missão de levar a mensagem do reino a Israel. Fundaram a
igreja e desempenharam um papel importante de liderança à medida que a igreja
primitiva começou a crescer e se espalhar, como também se tornaram os canais
pelos quais seria transmitida a maior parte do Novo Testamento.
Eles foram a fonte da
doutrina da igreja (At 42). Antes do Novo Testamento ser concluído, os
ensinamentos dos apóstolos eram a única fonte de verdade sobre Cristo e a
doutrina da igreja.
Ef 4.11,12.
Eles também foram
exemplo de virtude (Ef 3.5). Foram os primeiros exemplos a serem imitados pelos
crentes, hoje são exemplo de caráter e integridade. Tinha um poder singular de realizar milagres
que confirmavam a sua mensagem. Somente os apóstolos e aqueles intimamente
ligados a eles tinham o poder
Hb 2.3-4/ 2 Co 12.12
O
TREINAMENTO
Os discípulos
abandonaram as suas funções, mas não ficaram desocupados. Tornaram-se
estudantes, aprendizes de tempo integral – discípulos. Foram treinados durante 18 meses. Tinham o exemplo
permanente de Jesus diante deles. Podiam ouvir ensinamentos, fazer perguntas,
observar como ele lidava com as pessoas gozar comunhão íntima com ele nos mais
diversos contextos. Jesus lhes deu a oportunidade de ministrar, instruindo-os e
enviando-os em missões especiais. Encorajou-os com bondade, corrigiu-os com
amor e instruiu-os com paciência.
Mas não foi fácil, dos
doze tinha dificuldades de entendimento.
Mt 15.16,17, Lc 24.25
O fato de as Escrituras
não encobrirem seus defeitos é significativo. O objetivo não é retratá-los como supersantos, mas mostrar que eles também
tinham fraquezas humanas. Porque o
aprendizado foi tão difícil para eles?
1 – Faltava-lhes
entendimento espiritual. Eram lentos para ouvir em compreender. Como Jesus lidou com isso? Ele simplesmente
continuou ensinando. Até mesmo depois da
ressurreição. (At 1.3)
2 – Falta de humildade.
Eram egoístas, egocêntricos, interesseiros e orgulhosos. Passaram um tempo discutindo sobre quem seria
o maior no reino (Mt 20.20-28). Como Jesus lidou com isso? Ele foi um exemplo de humildade. Lavou os seus pés, foi um modelo de servidão,
humilhou-se a ponto de morrer na cruz.
3 – Faltava fé (Mt 6.30; 8.26; 14.31; 16.8). Como Jesus lidou com isso? Ele realizou milagres e maravilhas. (Jo 20.30)
4 – Faltava
comprometimento. Durante os milagres
eles ficaram extasiados, mas quando Jesus foi preso, eles o abandonaram e
fugiram. O líder acabou negando a Jesus e jurando que nem sequer o conhecia. O
que jesus fez? Intercedeu por eles em oração (Jo 17).
5 – Faltava-lhes
poder. Sozinhos eles eram fracos e
desamparados, especialmente ao serem confrontados pelo inimigo. Houve ocasiões
em que tentaram, mas não conseguiram expulsar demônios, a falta de fé os
incapacitava a utilizar o poder que estava a disposição deles. O que Jesus fez? No dia de Pentecostes Jesus
lhes envia o Espírito Santo para habitar nele e lhes dá poder. (At 1.8)
Esses homens são
transformados. (At 4.13)
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