segunda-feira, 19 de novembro de 2012

NATURALISMO: O Silêncio do espaço finito.

O Deísmo é uma cosmovisão transitória entre o teísmo e o naturalismo. No teísmo Deus é Criador infinito-pessoal e sustentador do cosmo. No deísmo, Deus é “reduzido” (ele começa a perder a sua pessoalidade, embora permaneça como criador e (por implicação) sustentador do cosmo. No naturalismo, Deus é ainda mais “reduzido”; ele perde sua própria existência.

Pressupostos básicos:

1 – A matéria é tudo o que existe. Deus não existe.

No naturalismo, é a natureza do cosmo que é promordial, pois no momento em que o Deus-criador é deixado de lado, o próprio cosmo se torna eterno – sempre existindo, embora não necessariamente na sua forma presente, na verdade, sem dúvida não em sua forma presente.
Nada vem do nada. Alguma coisa existe. Portanto, alguma coisa sempre existiu. Mas essa alguma coisa, dizem os naturalistas, não é um criador transcendente, mas a própria matéria do cosmo. De alguma forma toda a matéria do universo sempre existiu.
2 – O cosmo existe como uma uniformidade de causa e efeito em um sistema fechado.

O universo é fechado (sistema). Ele não está aberto à intervenção externa – ou de um ser transcendente.

3 – Os seres humanos são “máquinas” complexas; a personalidade é uma inte-relação de propriedades químicas e físicas que ainda não entendemos completamente.

Para os naturalistas a mente é uma função desta máquina.  Como seres humanos somos simplesmente parte do cosmo. No cosmo há apenas uma substância  a matéria. Somos feitos dela e somente dela. As leis que se aplicam à matéria aplicam-se também a nós. De nenhum modo transcendemos o universo.
Eles admitem que somos máquinas complexas e que nosso mecanismo ainda não foi muito bem entendido. A humanidade é meramente um objeto entre muitos outros.

4 – A morte é a extinção da personalidade e da individualidade.

Essa talvez é a mais dura proposição do naturalismo para as pessoas aceitarem. Homens e mulheres são feitos de matéria e nada mais, quando essa matéria que contribuiu para formar um indivíduo é desorganizada na morte, então a pessoa desaparece.

5 – A história é uma corrente linear de eventos vinculada por causa e efeito, mas sem proposta abrangente.

História = história natural/história humana. A origem da família humana está na natureza. Surgimos fora dela e, muito provavelmente , a ela retornaremos (não apenas individualmente, mas como espécie). A história natural começa com a origem do universo. Alguma coisa num tempo muito remoto – um big bang ou um aparecimento súbito – que veio, finalmente, resultar na formação do Universo em que agora habitamos e do qual estamos conscientes. Como os seres humanos vieram a existir é geralmente muito mais aceito do que como o universo veio a existir. A teoria da evolução, durante muito tempo ignorada pelos naturalistas, forneceu o mecanismo que explicou a origem e desenvolvimento do homem. Mas hoje ela á a cosmovisão dominante na explicação da origem da vida. Dificilmente um livro escolar ou acadêmico deixa de proclamar a teoria como um fato. Devemos ser cautelosos, contudo, para não assumirmos que todas as formas de teoria evolucionista são estritamente naturalistas, pois muitos teístas também são evolucionistas.Apesar de a teoria da evolução explicar o que aconteceu, ela não explica o porquê. Não há um motivo para a existência humana, o homem é produto do acaso. Mas a história também não tem nenhum alvo, ela é o que fazemos acontecer. Os eventos humanos tem apenas o significado que as pessoas lhes atribuem quando os escolhem ou recordam. A história caminha em linha reta, mas não tem nenhum objetivo predeterminado, ela simplesmente caminha até durar o mesmo tempo que a consciência humana. Quando partimos a história humana desaparece e a história natural continua sozinha o seu caminho.

6 – A ética está relacionada apenas aos seres humanos.
Considerações éticas não são importantes no naturalismo. Os primeiros naturalistas continuaram adotando os sistemas éticos do cristianismo popular. Havia um respeito à dignidade pessoal, uma proposta de amor, um compromisso com a verdade e honestidade. Hoje em dia, essa ética possui alguma variações pois são a favor da euntanásia, aborto, suicídio, vida sexual promíscua, no entanto, no mais, teístas e naturalistas possuem posições muito parecidas, mas quando mais o humanismo secular se afasta do cristianismo, mas desacordos há entre teístas e naturalistas. Para os teístas, Deus é o fundamento dos valores. Para um naturalista, os valores são produzidos pelo homem. Se não havia nenhuma consciência anterior aos homens, então não havia nenhum senso anterior de certo e errado.
O manifesto humanista II declara o lugar da ética no naturalismo : “Afirmamos que os valores morais derivam de suas fontes de experiência humana. A ética é autônoma e situacional, não necessitando de sanção teológica ou ideológica. A ética surge da necessidade e interesse humano. Negar isso é distorcer a base completa da vida. A vida humana tem significado porque criamos e desenvolvemos nosso futuro.”
O que é bom?

O que é melhor para o grupo, para a sobrevivência da espécie, a continuidade da vida é o valor universal e  o mais importante.

Exemplo prático:
A psicologia evolucionista e o estupro

Num livro chamado A História Natural do Estupro: bases biológicas da coerção sexual os autores afirmam que o estupro não é uma patologia. É adaptação evolutiva para maximizar o sucesso reprodutivo, ou seja, o homem pode recorrer à coerção para cumprir o imperativo reprodutivo.
Segundo o livro, “O estupro é um fenômeno natural e biológico que é produto da herança evolutiva humana”. Para eles todo comportamento que sobrevive deve ter ganhado certa vantagem evolutiva, do contrário, teria sido extirpado pela seleção natural. Consequentemente, há benefícios no estupro.

A psicologia evolutiva e o infanticídio.

Steven Pinker afirma que temos que entender adolescentes que matam os filhos recé-nascidos, porque o infanticídio é praticado e aceito na maioria das culturas ao longo da história. E se essa ato continua a existir significa que ele foi preservado pela seleção natural.
Pinker afirma:

“Se um recém-nascido está doentio, ou se sua sobrevivência não for promissora, elas podem cortar despesas e favorecer o mais saudável da ninhada ou tentar novamente mais tarde, a capacidade do neonato depende do desígnio de nossas emoções parentais.”
Muitos cientistas afirma que o infanticídio não pode ser considerado anormal, mas é um instinto parental , como os impulsos sexuais e a autodefesa, e até pode ser adaptação benéfica evolutiva.

Darwin afirmou (O descendente do homem) que:

“o assassinato de crianças prevalece em grandíssima escala por todo o mundo, e é encontrado sem repreensão. Na verdade, pensa-se que o infanticídio, sobretudo de meninas, seja bom para a tribo.”

Portanto, a moralidade naturalista é reduzida a fatores de sobrevivência da espécie. Há muitos anos o professor Peter Singer da Universidade de Princenton publicou um artigo chamado animais grávidos onde ele defendia o sexo entre seres humanos e animais. Para ele o homem ter relações sexuais com animais é apenas um cruzamento entre espécies diferentes.

Expressão nas artes.
Em 2002, a peça teatral da Broadway A cabra, ou: quem é Sylvia mostra um arquiteto bem sucedido que confessa à esposa que ele se apaixonou por uma cabra chamada Sylvia.

Ela foi traduzida por Jô Soares e sucesso de público no Brasil o engenheiro foi interpretado por José Wilker. A peça ganhou os principais prêmio de sucesso teatral do ano.

Uma música do grupo Bolldhound Ganga (The Bad Touch) foi a 17ª de Billboard. O refrão da música é:
Você e eu Baby, somos meros mamíferos; então, vamos fazer sexo como eles fazem no Canal da Discovery. O clipe mostrava os membros da banda fantasiados de macaco em posições sexuais grotescas.

Expressões do Naturalismo:

1 – O humanismo secular.
O humanismo é uma atitude global em que os seres humanos são de especial valor, suas aspirações, seus pensamentos, seus anseios são significativos.

Manifesta humanista afirma:
1 - O conhecimento do mundo deriva da observação, experimentação e  análise racional.
2 - Os humanos são parte integral da Natureza, o resultado de uma mudança evolutiva não guiada.
3 - Os valores éticos derivam das necessidades e interesse humano como é confirmado pela experiência.
4 - A realização da vida emerge da participação individual no serviço dos Ideais humanos.
5 - Os humanos são sociais por natureza e encontram sentido nos relacionamentos.
6 - O trabalho em benefício da sociedade maximiza a felicidade indivídual.

2 – Pragmatismo.

O pragmatismo é a visão darwinista de conhecimento. Os pragmatistas perguntam: O que significa o naturalismo darwinista para o modo como entendemos a mente humana? E respondem: significa que a mente nada mais é que parte da natureza. Eles rejeitam a visão mais antiga que dizia que a mente humana é transcendente á matéria, para os darwinistas a mente é produzida pela matéria. Para os teístas a mente é anterior à matéria (Deus). Portanto, os pragmáticos entendem que as funções mentais são meras adaptações para solucionar problemas do ambiente. A ideias que sobrevivem e se tornam crenças firmes são as necessárias para a preservação da espécie. Então as boas decisões dessa mente são as decisões que trazem bons resultados, que funcionam, se cumprem a sua função de preservação e evolução da espécie.

3 – Marxismo.

O Marxismo é uma cosmovisão baseada no naturalismo. Para Marx o poder criativo supremo era a questão em si. Na verdade é uma forma de materialismo filosófico. Marx faz uma proposta de um universo material não estático, mas dinâmico, contendo em si mesmo o poder de movimento, mudança e desenvolvimento.  Marx faz da matéria Deus. O universo é uma máquina auto-originada, auto-operante, movendo-se para o seu grande final que é uma sociedade sem classes.  Como qualquer cosmovisão Marx faz uma proposta de criação, queda e redenção. Criação: o correlativo de Marx do Jardim do Éden era o estado de comunismo primitivo. E como foi que a humanidade caiu deste estado de inocência para a escravidão e tirania? Pela criação da propriedade privada. Dessa queda econômica surgiram todos os males de exploração ou luta de classe. No marxismo o homem é definido pelo modo como se relaciona com a matéria, o modo como a manipula e faz coisa, a partir dela, para satisfazer as suas necessidades. Em suma, pelo meio de produção.

Qual é o conceito do marxismo para a criação, a origem suprema de tudo?

A matéria autocriada e autoprodutiva.
Queda: propriedade privada.
Qual é a versão do marxismo para a queda, a origem do sofrimento e tirania?
O surgimento da propriedade privada.

Redenção: a destruição da propriedade privada. O proletariado é o redentor, eles devem se revoltar contra seus opressores capitalistas. O marxismo acredita que a natureza humana poder ser transformada mudando as estruturas sociais externas. O dia do julgamento no marxismo é o dia da revolução. Marx até usa uma expressão bíblica ele chama de Dia da Ira.
Qual o método que marxismo propõe para por o mundo em ordem outra vez?

Revolução! Derrubem os tiranos e recriem o paraíso original do comunismo primitivo.
Qual é o nosso problema?
O problema básico dos cristãos nos últimos oitenta anos, quanto à sociedade e governo, é que têm observado as coisas em pedaços e partículas, ao invés de ver a totalidade. Aos poucos eles ficaram perturbados com a permissividade, pornografia, os problemas das escolas públicas, o desmoronamento da família, e finalmente, o aborto. Mas não viram essas coisas como um todo – cada qual uma parte, um sintoma de um problema ainda maior. Fracassaram em ver que tudo isso veio a acontecer devido a uma mudança de visão do mundo – isto é, através de uma mudança fundamental na maneira global em que as pessoas pensam e vêem o mundo e a vida como um todo. Esta mudança tem sido um afastamento de uma visão do mundo, que era pelo menos vagamente cristã na memória das pessoas (mesmo que estas como indivíduos não fossem cristãs), em direção a algo  ompletamente contrário: uma visão do mundo baseada na idéia de que a realidade final é matéria ou energia mpessoal posta na forma presente pelo acaso impessoal. Não viram que esta visão do mundo tomou o lugar da que antes dominava a cultura do norte da Europa, inclusive os Estados Unidos, que pelo menos na memória era um país cristão, mesmo que as pessoas como indivíduos não fossem cristãs.
Estas duas visões do mundo permanecem na sua totalidade, em antítese completa uma à outra, tanto no conteúdo como nos resultados naturais – inclusive os resultados sociológicos e governamentais e, especificamente, incluindo a lei. Por que os cristãos têm sido tão lerdos em compreender isto? Há várias razões, mas o centro está numa visão deturpada do cristianismo. Isto começou no movimento pietista sob a liderança de P. J. Spenger no século dezessete. O pietismo teve início com um protesto saudável contra o formalismo e contra um cristianismo por demais abstrato. Mas tinha uma espiritualidade deficiente, “platônica”. Era platônica no sentido de que o Pietismo fazia forte diferenciação entre o mundo “espiritual” e o mundo “material” – dando ao mundo material pouca ou nenhuma importância. De modo especial, negligenciava a dimensão intelectual do cristianismo. O cristianismo e a espiritualidade foram fechados dentro de uma pequena e isolada parte da vida. A realidade total foi ignorada pelo pensamento pietista. Permitam-me dizer rapidamente que num certo sentido os cristãos devem ser pietistas: no aspecto em que o cristianismo não é apenas um conjunto de doutrinas, mesmo que de doutrinas certas. Toda doutrina de alguma forma tem que ter efeito sobre as nossas vidas. Mas o lado fraco do pietismo, isto é, seu modo platônico de enfocar as coisas, tem sido uma tragédia não só sobre as vidas, individualmente, como também na totalidade de nossa cultura. A verdadeira espiritualidade cobre toda a realidade. Existem coisas que a Bíblia nos diz como absolutas, que são pecados – não se conformam com o caráter de Deus. Mas além destas, o Senhorio de Cristo cobre toda a vida e a cobre por igual. Não é apenas que a verdadeira espiritualidade cobre toda a vida, mas cobre todas as partes do espectro da vida, mas cobre todas as partes do espectro da vida, de forma igual. Neste sentido não existe nada na realidade que não seja espiritual. Relacionado a isto, está o fato de que muitos cristãos não querem dizer o mesmo que eu, quando digo que o cristianismo é verdade, ou A Verdade. São cristãos, e crêem, digamos, na verdade da criação, do nascimento virginal de Cristo, dos milagres de Jesus, de Sua morte expiatória e Sua volta. Mas param aí com essas e outras verdades. Quando digo que o cristianismo é verdadeiro, digo que é verdade em relação à realidade total – a totalidade que existe, a começar com a realidade central, a existência objetiva do Deus infinito e pessoal. O cristianismo não é apenas uma série de verdades mas é a Verdade – a Verdade sobre a realidade. A apreensão intelectual dessa verdade – e, a seguir, o viver baseado nesta verdade, a verdade daquilo que é – produz não apenas algum tipo de resultado pessoal, mas também produz conseqüências na lei e no governo. O enfoque humanista do mundo, entretanto, inclui milhares de adeptos e controla hoje o consenso da sociedade, grande parte dos meios de comunicação, mito do que é ensinado em nossas escolas, e muitas das leis arbitrárias produzidas pelos diversos setores do governo. 

Quais são os resultados dessa cosmovisão na vida dos crentes?

1)     Materialismo;
2)     Consumismo;
3)     Imediatismo;
4)     Culto ao corpo;
5)     Falta de diligência na vida espiritual;
6)     Sensualidade.

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