No
curso do pensamento ocidental, finalmente chegamos a um impasse.
Naturalismo
– niilismo – existencialismo ateísta.
O
teísmo é a melhor alternativa, mas para um naturalista ele não serve. Além do
mais ele é a cosmovisão da moderna cristandade, que tem sérios problemas pois
em grande parte é hipócrita, fala de compaixão, mas não tem compaixão, sendo,
portanto, um pobre testemunho para a vitalidade do teísmo.
Portanto,
para alguns, o Oriente apresenta um caminho melhor.
Como
essa busca pela cosmovisão oriental
começou?
Pela
rejeição dos valores da classe média através da geração jovem da década de 60.
Essa
geração se decepcionou com seus ídolos: a
tecnologia (isto é a aplicação prática da razão) que tornou possível o bem
estar social, mas também a destruição em massa de vidas (I, II Guerra Mundial,
Guerra do Vietnã), mas que também não conseguiu erradicar com a pobreza e as
epidemias. Sendo assim, houve uma expressão de abandono da razão, e a economia que levou à opressão de uma
maioria por uma minoria, essa geração rejeitou as pressuposições a partir da
qual esse sistema se desenvolveu; a
religião ocidental mostrou-se generosa em apoiar aqueles que estavam no
controle da tecnologia e da economia.
Aconteceu,
então, uma fuga para a religiosidade oriental. O que ela oferecia?
Antiracionalismo,
quietismo, sincretismo, falta de tecnologia, estilo de vida simples, estrutura
religiosa radicalmente diferente, tradição bem mais antiga, e uma cosmovisão
diametralmente oposta.
Não é tão fácil categorizar a
cosmovisão oriental, pois ela é mais rica que a cosmovisão ocidental. Portanto,
vamos falar da cosmovisão mais popular: o panteísmo monista.
As
religiões que melhor vão expressar essa cosmovisão são o hinduísmo e o budismo.
Principais
pontos da cosmovisão Panteista:
1 – Atma é Brama; isto é, alma
(atma) individual do ser humano, é a Brama (Alma do Cosmos).
Atma
(essencial da alma de cada pessoa) é Brama (a essência, a Alma do universo).
O
que é um ser humano? De forma bem resumida o ser humano é Deus.
Deus
é o um, o infinito pessoal, a realidade final. Deus é o cosmo. Deus é tudo o
que existe; nada existe que não seja Deus. Se alguma coisa que não seja Deus
vem à existência, então essa coisa é maya (ilusão) e não existe
verdadeiramente.
No
Ocidente não estamos acostumados a esse tipo de sistema. Diferenciar é pensar.
As leis do pensamento exigem diferenciação: A é A, mas A não é – A. Conhecer a
realidade é diferenciar uma da outra, classifica-la, cataloga-la, reconhecer
suas relações sutis aos outros objetos do cosmos. No Oriente conhecer a
realidade é passar além da diferenciação, perceber que todos são um.
Portanto, para eles existe apenas uma substância, e que
todos, em última instância, a diversidade é irreal.
2
– Algumas coisas são mais únicas do que outras.
A realidade é uma hierarquia de aparências, algumas aparências ou ilusões,
estão mais próximas do que outras de ser um com o Um.
Hierarquia:
A matéria pura e simples é menos real, depois a vida
vegetal, a vida animal, e finalmente a humanidade. Mas a humanidade também é
hierarquia; algumas pessoas estão mais próxima da unidade do que outras, são os
metres, os iluminados, os gurus são os seres humanos mais próximos do ser puro.
3
– Muitos (se não todos) os caminhos levam ao Um.
Conquistar a unidade com o Um não é uma questão de
descobrir o único caminho verdadeiro. Há muitos caminhos. Cada pessoa pode ir
por um caminho. O problema não é estar com outro no mesmo caminho, mas trilhar
na direção certa nosso próprio caminho. Isto é, devemos ser orientados
corretamente. No final todas as religiões conduzem ao mesmo fim.
A orientação não é tanto uma questão de doutrina, mas de
técnica. Sobre isso o Oriente é inflexível. Alguns gurus enfatizam o cântico de mantras –
palavras sem significado, outros recomendam a meditação sobre uma mandala
(símbolo da totalidade da realidade), outros exigem repetições intermináveis de
orações ou atos de reverência.
Essas técnicas exigem quietude e solidão. São métodos de
meditanão intelectualmente desprovidos de conteúdo. Eles levam a pessoa a ter
contato com a realidade, a fim de se tornar um com a harmonia do cosmo e
definitivamente tornar-se o um sólido.
Um dos caminhos mais comuns envolve cantarolar a palavra
Om , ou uma frase contendo essa palavra (a palavra é intraduzível, porque não
possui significado).
4
– Perceber a unidade de alguém com o cosmo é ultrapassar a personalidade.
Os seres humanos na sua essência são impessoais. Ser á
não fazer. A meditação é o principal caminho para o ser, meditação – qualquer
que seja o estilo – é uma descrição da quietude. Um símbolo conhecido é o guru
hindu sentado de pernas cruzadas no pico de uma rocha numa montanha do Himalaia
contemplando.
5
– Não há amor incondicional, o amor,o bem é autogratificante.
Carma é a noação de que o presente destino de alguém ,
seja ele bom ou ruim, é resultado de ações passadas, especialmente uma
existência anterior. Portanto, carma está relacionado à noção de reencarnação
que segue o princípio geral de que nada
é real (isto é, nenhuma alma) tem a mínima chance de existir. Pode levar
séculos e séculos até que encontre seu caminho de volta á Unidade, mas nenhuma
alma nunca existirá. Toda alma é eterna, pois toda alam é essencialmente Alma .
Em seu caminho de volta à Unidade, contudo, ela
esquadrinha qualquer que seja a série de formas ilusórias que as suas ações
passadas exigem. Carma é a versão
oriental do o que se planta, se colhe.Se você “pecou”, não há um Deus para
cancelar o seu débito e perdoá-lo. A confissão não é uma prática, nem está ao
alcance.
O fundamento para fazer o bem, não é para que o bem seja
estabelecido e que você beneficie outra pessoa. O carma exige que toda alma
sofra por seus pecados passados, então não há valor em aliviar o sofrimento. A
alma ajudada terá que sofre mais tarde. Não há amor ágape. Alguém pratica boas
ações a fim de alcançar a unidade com o Um. Fazer o bem é uma maneira de
auto-ajuda na vida.
Tudo é ilusão, a unica realidade real é a realidade
final. E ela está além da diferenciação, além do bem e do mal. A distinção
entre o bem e o mal desaparece. Tudo é bom, mas o amor ´é a mais importante
coisa do mundo.
6
– A morte é o fim do indivíduo, da existência pessoal.
A morte significa o fim de uma pessoa, mas não da Alma
que é indestrutível. O indivíduo morre, mas a alma sobrevive porque ela á
impessoal, quando ela é reencarnada torna-se uma outra pessoa. Há uma
imortalidade da alma, mas não da pessoa.
Inlfuências
do Panteísmo na cultura ocidental:
Meditação.
Yoga.
Promessas
de paz, sentido e significado.
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