LANE, Timothy e
TRIPP, Paul. Relacionamentos: uma
confusão que vale a pena. Trad. Markus Hediger. São Paulo: Cultura Cristã,
2011.
Introdução
- Estive nesta sala
no último módulo, no final do ano passado, dividindo as aulas com o Pr. Carlos.
Continuarei neste ano, embora com uma frequência menor, por força das muitas
atividades seculares da semana.
- Gosto muito de uns
versos de Vinícius de Moraes: “São demais os perigos desta vida”:
São demais os perigos desta vida
Para quem tem paixão, principalmente
Quando uma lua surge de repente
E se deixa no céu, como esquecida.
(Soneto do Corifeu)
Ele se refere ao amor
entre um homem e uma mulher. No entanto, permite, numa analogia livre,
compreender também os perigos da nossa caminhada cristã, quando nos empenhemos
por viver os imperativos do amor cristão até às últimas consequências, uma ação
especialmente difícil no âmbito dos relacionamento. Nesta manhã nos ocuparemos
um pouco de dois temas: obstáculos e perdão. Mais uma etapa deste método de que
se serve nosso Senhor para confrontar nosso orgulho e autojustificação –
confrontando-se, assim, nosso narcisismo.
I. Obstáculos
- Não são poucos os
obstáculos a que sirvamos a Cristo em nossos relacionamentos. Por vezes,
devemos admiti-lo, temos o desejo de fugir. Ou de preparar tendas para Jesus,
Moisés e Elias, num monte de transfiguração distante do ruído dos homens.
Desnecessário dizer que semelhante anseio não é atendido por Jesus, pois a
partir de Mt 17.9, os discípulos descem a montanha juntamente com o seu mestre.
- O texto inicia-se
com duas epígrafes:
- “Não
te deixes vencer do mal,
mas vence o mal com o bem.” (Rm 12.21)
- “Por
um lado, nunca devemos acreditar que podemos depender dos nossos próprios
esforços para vivermos como pessoas “decentes”, nem mesmo nas próximas
vinte e quatro horas. Se Deus não nos ajudar, nenhuma de nós estará a
salvo de pelo menos algum tipo grosseiro de pecado. Por outro lado, nenhum
possível grau de santidade ou heroísmo que já foi documentado dos maiores
santos, está além daquilo que ele, no fim, está determinado a operar em
cada um de nós. O trabalho não será completado nesta vida: Mas ele
pretende levar-nos o mais longe possível antes da morte.” (C. S. Lewis, Cristianismo simples)
- Precisamos dos
outros e do outro para chegarmos a nós mesmos:
- “O
conflito com outras pessoas é um dos métodos misteriosos e contraintuitivos
que Deus usa para salvar-nos de nós mesmos.” (p. 79)
a. Meta: aperfeiçoamento progressivo: “Deus o usa para nos
levar àquele ponto que quer que alcancemos antes da morte.” (p. 79)
b. “Deus pode usar o conflito (assim como tudo na nossa
vida) para vencer o pecado em nós e tornar-nos mais semelhantes a Cristo, com
um amor por Ele e pelos outros, que reflita a sua natureza em nós.” (p. 79)
- Ricoeur:
“o menor caminho para mim mesmo é o outro”
- Alteridade:
alter – altera-me, modifica-me
- Mt
10.39: “Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perda a vida por
minha causa achá-la-á”
- Como lidamos com o
conflito?
- Fugimos?
- Ou
o enfrentamos com “uma perspectiva centrada em Deus?” (p. 81)
- A Bíblia encara os
conflitos de frente:
- “conflitos
são problemas que a Bíblia encara sem rodeios” (p. 81)
Pergunta 1: Por que brigamos uns com os outros?
- Tiago 4.1-3:
- “De
onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos
prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e
invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada
tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para
esbanjardes em vossos prazeres.”
- O motivo seria:
- Brigas
- Prazer
egoísta
è “mesmo quando alguém comete um pecado contra nós, o
motivo verdadeiro pelo qual brigamos é que há algo de errado dentro de nós.
(...) A palavra “prazer” que Tiago usa aqui seria melhor traduzida como “prazer
egoísta”. Nem todos os prazeres são errados. Mas o prazer egoísta é.” (p. 82)
- Foco dos prazeres:
louvor a Deus:
- “Conforto,
prazer, reconhecimento, poder, controle ou aceitação podem ser bênçãos a
serem usufruídas. Mas elas se tornam pecaminosas quando permitimos que
deixem de ser bênçãos e tomem o lugar daquele que abençoa.” (p. 83)
- Modo pelo qual
coisas boas tornam-se em pecaminosas:
- Conforto
à Eu tenho medo de trabalho árduo
- Prazer
à Eu tenho medo da dor
- Reconhecimento
à Eu tenho medo de ser ignorado
- Poder
à Eu tenho medo de receber ordens
- Controle
à Eu tenho medo do imprevisto
- Aceitação
à Eu tenho medo de ser rejeitado
G.: Perdemos aqui:
1. Centralidade do louvor ao Senhor
2. Confiança em Deus
3. Dependência de Deus
- Inversão promovida
pelo pecado:
- “A
glória de Deus e o amor ao próximo são substituídos pela glória e amor
próprios. Você consegue ver como as coisas foram viradas de cabeça para
baixo?” (p. 84)
- Calvino:
- “Cada
um se adula a si mesmo e ergue um verdadeiro reinado em seu “ego”
interior. Todos desejamos agradar-nos a nós mesmos e censurarmos as ideias
e conduta de nossos semelhantes; e, no caso de surgir alguma discordância,
tudo se converte em uma verdadeira explosão de veneno.” (A verdadeira vida cristã, p. 35)
Pergunta 2: O que, para mim, se tornou mais importante do
que meu relacionamento com Deus?
- O adultério
espiritual e suas consequências:
- Quando
colocamos algo nas nossas vidas em primeiro lugar que não seja Deus,
segundo Tiago, nos tornamos amigos demais do mundo e cometemos adultério
espiritual. Isso é coisa séria.” (p. 84)
- Se a centralidade
não é a glória de Deus, deturpamos ações e valores e imergimos no pecado:
- “Quais
são as coisas boas e inocentes pelas quais você vive mais do que por Deus?
Tente se lembrar da última vez em que se irritou com um amigo, parceiro,
colega de trabalho ou filho sem motivos justos. Pergunte-se: O que era mais importante para mim do
que a glória de Deus?” (p. 85)
Pergunta 3: O que Deus faz com pessoas que o abandonaram
por outra coisa?
- Nos conflitos,
emerge o nosso pecado:
- Enfrentamos
assim os nossos limites – e vemos “humilhado nosso orgulho”
- Humildade
e paciência começam a ser gerados
- “O
que você acha que Deus usa para reconquistar o nosso afeto? Ironicamente,
ele usa outras pessoas. Essa é uma das bênçãos que resultam dos conflitos.
Ele usa os períodos difíceis nos nossos relacionamentos para que vejamos
aquilo que, além de Deus, é nossa razão de viver.” (p. 86)
- Importância
pedagógica e espiritual dos conflitos:
- “Lembre-se,
você não pode evitar conflitos, mas eles podem ser motivos para um
crescimento maravilhoso.” (p. 86)
Pergunta 4: Uma vez que fomos salvos, o que devemos
fazer?
- Arrepender-se e
reconhecer – caminhos para o nosso crescimento espiritual:
- “O
reconhecimento do amor redentor de Deus deve nos levar a um crescimento na
alegria da fé e do arrependimento diário. Reconhecer, admitir, confessar e
rejeitar o pecado (arrependimento) juntamente com reconhecer, aceitar e
adorar a Cristo (fé) é a única dinâmica que pode transformar um provocador
de guerras em um criador de paz.” (p. 86-7)
- A graça nos torna
humildes:
- “Tiago
já disse que você é recebedor da graça para que possa se tornar humilde.”
(p. 87)
- Observação arguta
de C. S. Lewis:
- “É
como C. S. Lewis diz: Quando você coloca as coisas importantes em primeiro
lugar, o que vem em segundo não é diminuído, mas sim aumentado.” (p. 87)
- A prática:
1. “Entenda que o conflito é uma forma de Deus operar em
nossa vida”:
·
“O próprio Deus se
empenha em conflitos. O fato é que a Bíblia é um livro no qual Deus entra em
conflito para nos salvar.” (p. 88)
·
“O conflito sagrado é
um ato de compaixão” (p. 88)
2. “Identifique o que causa conflitos pecaminosos na sua
vida”:
·
“O que tende a atrair
a sua lealdade e seu afeto para longe de Deus?” (p. 88)
·
Será aceitação,
poder, controle, reconhecimento, conforto, prazer ou sempre querer ter razão?
Esses são alguns dos ídolos mais comuns na vida das pessoas.” (p. 88)
3. Identifique a sua estratégia-padrão em conflitos?
·
Do que nos servimos
para obter o que desejamos
·
Algumas dessas
estratégias:
a. Brigar para ter razão
b. Evitar conflitos, para que não discordem de nós
c. Evitar conflitos, pelo seu desconforto.
4. Dedique-se a uma arte de guerra espiritual específica e
inteligente:
·
“Você precisar ser
impiedosamente sincero em relação ao seu pecado, mas também precisa ser
ardentemente esperançoso em relação àquilo que Cristo fez por você na cruz.
Você precisa se lembrar de que, pelo fato de ter o Espírito Santo, já tem todos
os recursos à sua disposição para lutar contra o conflito pecaminoso.” (p. 88)
5. Pense na outra pessoa:
·
I Ts 5.14-18:
“Exortamo-vos, também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos, consoleis os
desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimos para com todos. Evitam que
alguém retribua a outrem mal por mal; pelo contrário, segui sempre o bem entre
vós e para com todos. Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo, daí
graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.”
·
“Há uma hora certa
para advertir, encorajar e ajudar a pessoa com quem estamos em conflito.” (p.
89)
·
“Se não estivermos
adorando a Deus e colocando-o em primeiro lugar, fracassaremos miseravelmente e
o que fizermos prejudicará mais do que ajudará as outras pessoas.” (p. 89)
6. Faça um plano para abordar a pessoa:
·
Caminhos possíveis:
a. “Assuma qualquer
pecado pessoal com o qual você tenha contribuído para a situação.” (p. 89)
b. “Fale claramente
qual é o problema. Talvez haja mais do que um problema que precise ser
abordado. Seja específico para que ambos estejam lidando com o mesmo problema.
Trate de um problema de cada vez.” (p. 89)
c. Pondere as possíveis
soluções
d. Realize a solução
escolhida por ambos
e. Avalie a realização
f. Se você ficar preso e
a situação não melhorar, esteja disposto a procurar ajuda de fora
-
Importância da oração matinal, segundo Bonhoeffer, comentando o salmo 103):
·
“A oração da manhã
decide sobre o resto do dia. A vergonha quanto ao tempo desperdiçado, a
fraqueza e o desânimo no trabalho, bem como a confusão e a indisciplina em
nossos pensamentos e nos relacionamentos com outras pessoas frequentemente têm
sua origem no desleixo da oração matinal.” (Orando
com os salmos, p. 55)
-
Plano de Deus:
·
Restauração
·
Todas as coisas a
servirem à sua glória
è “O plano do seu reino inclui a restauração total daquilo
que ele criou. Ele não se contentará com nada menos do que com uma criação em
que todas as coisas sirvam para a sua glória.” (p. 90)
II. Perdão
- Epígrafe:
- Sl 88.8-9: “Apartaste de mim os meus
conhecidos e me fizeste objeto de abominação para com eles; estou preso e
não vejo como sair. Os meus olhos desfalecem de aflição; dia após dia,
venho clamando a ti, SENHOR, e te levanto as minhas mãos.”
- Força expressiva, sincera e profunda dos
salmos
- Não
conheço texto escrito acerca do perdão mais carregado de emoção que Jo
21.15-17: Jesus prepara uma cena cuidadosamente elaborada para consolar Pedro:
em lugar dos três nãos da negação do Senhor, vemos agora uma tríplice afirmação
do amor:
- Mt 26.69-75
- Jo 21.15-17: “Depois de terem comido,
perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que
estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe
disse: Apascenta os meus cordeiros. Tornou a perguntar-lhe pela segunda
vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu
sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas. Pela
terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro
entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E
respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo.
Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas.”
- Após isso, a ação: apascentar as
ovelhas. Não ficariam afastados dos homens, em estado contemplativo.
-
Em outro momento poderemos discutir a questão do perdão em contextos políticos
amplos: guerra, extermínio, violência extrema etc.
-
Pecado: separação e conflito
- “Cada história inclui pessoas que pecam
e os que sofrem os efeitos do pecado de outros. Esse é um fato inevitável
quando vivemos entre outros pecadores.” (p. 93)
-
A escassez da prática do perdão entre os cristãos:
- “o perdão é uma das atividades menos
praticadas na comunidade cristã – isso, se é que é praticada.” (p. 93)
- “a Bíblia fala sobre a prática do pecado
como se fosse algo cotidiano.” (p. 93)
- A
Bíblia é um livro sobre um Deus que perdoa – e que exige perdão:
- “Conheci casais que estavam casados há
vinte anos, mas nenhum deles, em momento algum, havia admitido algum
pecado e pedido perdão com toda sinceridade. Como isso é possível? A
Bíblia é um livro sobre um Deus que perdoa; e aqueles que receberam perdão
são chamados a serem pessoas que praticam o perdão.” (p. 94)
O perdão e o cancelamento de uma dívida
- A
parábola do credor incompassivo:
- Mt 18.21-35
- O autor se encarregará de comentá-la em
algumas seções do capítulo
- Perdão:
cancelamento de uma dívida:
- “Quando você perdoa alguém, também
cancela uma dívida.” (p. 95)
- Quando
perdoamos, fazemos três promessas (p. 96):
1. Não faremos uso da dívida enquanto instrumento de
coerção:
·
“você se compromete a
não lembrar ao ofensor toda hora daquilo que se fez”
2. Não difamaremos a pessoa que nos ofendeu:
·
“Você promete que não
falará da ofensa para outros a fim de difamar a pesoa que pecou contra você.”
3. Não ficaremos remoendo a ofensa:
·
“Finalmente, você
promete que não ficará remoendo a ofensa.”
-
Calvino: “não há ninguém que não se julgue superior aos demais.” (A verdadeira vida cristã, p. 35)
Não perdoar custa ainda mais caro
- Não
há dúvida de que perdoar é difícil.
- “o perdão tem o seu preço. (...)
cancelar uma dívida e absorver os custos dói.”
- Custos
de não perdoarmos:
- Castigo eterno
- Amargura:
è “Jesus não deixa nenhuma dúvida quanto a fato de que o
preço da constante falta de vontade para perdoar terá que ser pago por toda a eternidade.”
(p. 96)
è “Seu comportamento feio revela o estado feio do seu
coração. Além disso, apegar-se a uma ofensa fará você uma pessao amargurada e incapaz
de amar, e você, inevitavelmente, causará danos aos seus relacionamentos.” (p.
96-7)
-
“A sua falha de não perdoar alguém transformará você.”
- Perdão
é um evento e um processo:
- “o perdão não tem limites”
- “Eu preciso continuar praticando perdão
cada vez que vejo ou penso em você.” (p. 97)
- Bonhoeffer: “você pode perdoar
interminavelmente! Perdão não tem começo nem fim, ele acontece diária e
continuamente, pois ele vem de Deus. É isso que é a libertação de todo
artificialismo na convivência com o próximo, pois aqui somos libertados e
nós mesmos, aqui podemos abrir mão de nosso direito, ajudando e servindo
ao outro.” (Prédicas e alocuções, p.
63)
- Perdoar
não significa esquecer:
- Jr 31.34: “... Pois perdoarei as suas
iniquidades, e dos seus pecados jamais me lembrarei”
- Dois problemas:
1. Não é realista
2. Não é bíblico
- “É por isso que o perdão é tanto um
evento do passado quanto um processo que continuará no futuro.” (p. 98)
- A
amargura, resultante da recusa em perdoar, terá como consequência a
possibilidade de acirrar ainda mais nossos conflitos:
- “você cederá à amargura sem perceber,
porque acha que, já que perdoou a alguém no passado, tem o direito de
guardar e nutrir alguns restos daquela mágoa no presente.” (p. 98)
- Caio Fábio, em No divã de Deus II, analisando o Salmo 109:
a. “E se não tomarmos cuidado o coração vai perdendo a
possibilidade de voltar ao equilíbrio, a alma deixando se dominar, enervando-se
de amargura. Se não ficarmos atentos vamos fazer uma confusão terrível a
respeito de Deus – de como ele age em tal situação.” (p.58)
b. “Saiba que a obra mais maligna que o diabo é capaz de
fazer contra nós é aquela em que consegue encher-nos de amargura e revolta.”
(p. 59)
- Perdão
vertical (incondicional) e horizontal (condicional):
- “O aspecto vertical do perdão é
incondicional, mas o aspecto horizontal depende da admissão de culpa e do
pedido de perdão por parte do ofensor.” (p. 99)
- Perdão
não significa paz a qualquer custo:
- “O capítulo 18 de Mateus nos ensina a
lidar com os pecados dos outros.” (p. 99)
- Isso implica “confrontar alguém de forma
sutil com os seus pecados” (p. 100)
- Não podemos ser omissos com os pecados
dos outros.
- Mt
18.15-17:
- “Se teu irmão pecar [contra ti], vai
argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se,
porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que,
pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça.
E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a
igreja, considera-o como gentio e publicano.”
- Desculpas
e perdão:
- Desculpas: acidental
- Perdão: intencional à pecado
-
Perdão pela graça
-
I Pedro 1.1-9:
- Riqueza que temos em Cristo – nosso
“credor compassivo”
- “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos
eleitos que são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia,
Ásia e Bitínia, eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em
santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de
Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas. Bendito o Deus e Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos
regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo
dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula,
imarcescível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo
poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no
último tempo. Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se
necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez
confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro
perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na
revelação de Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não
vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória,
obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma.”
-
“Deixe-me encerrar este capítulo com um exemplo da vida real. Certa vez, um
oficial turco assaltou e saqueou a casa de um armênio. Matou os pais idosos e
entregou as suas filhas aos soldados, ficando com a mais velha para si. Algum
tempo depois, ela conseguir escapar e se formou como enfermeira. Com o passar
do tempo, encontrou trabalho numa guarnição de oficiais turcos. Certa noite, à
luz de uma lanterna, ela viiu o rosto daquele oficial. A sua doença era tão
grave que, sem cuidados excepcionais, estaria entregue à morte. Os dias se
passaram e ele se recuperou. Um dia, o médico, se aproximando da sua cama com a
enfermeira, lhe disse: “Se não fosse a devoção dela, você estaria morto”. Ele
olhou para ela e disse: “Nós já nos encontramos antes, não é?” “Sim”, ela
disse, “nós já nos encontramos”. “Por que você não me matou?” Ele perguntou. Ela
respondeu: “Eu sou uma seguidora daquele que disse: Amai vossos inimigos”. Pela
maravilhosa graça de Deus, imitemos essa irmã em Cristo nas nossas vidas e
relacionamentos.” (p. 104)
-
Bonhoeffer, em Discipulado: “Ser
próximo não é mera qualidade do outro, mas é o direito que o outro tem sobre
mim – só isto. A todo momento, em cada situação, é a mim que se exige ação e
obediência. Literalmente, não sobra tempo para inquirir quanto à qualificação
de meu semelhante. Tenho que agir, tenho que obedecer, tenho que ser o próximo
para o outro.” (p. 37)
Prof. Gilmário
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