terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

AULA 05 - OBSTÁCULOS E PERDÃO NOS RELACIONAMENTOS


LANE, Timothy e TRIPP, Paul. Relacionamentos: uma confusão que vale a pena. Trad. Markus Hediger. São Paulo: Cultura Cristã, 2011.

 Introdução
- Estive nesta sala no último módulo, no final do ano passado, dividindo as aulas com o Pr. Carlos. Continuarei neste ano, embora com uma frequência menor, por força das muitas atividades seculares da semana.

- Gosto muito de uns versos de Vinícius de Moraes: “São demais os perigos desta vida”:

São demais os perigos desta vida
Para quem tem paixão, principalmente
Quando uma lua surge de repente
E se deixa no céu, como esquecida.
 (Soneto do Corifeu)

Ele se refere ao amor entre um homem e uma mulher. No entanto, permite, numa analogia livre, compreender também os perigos da nossa caminhada cristã, quando nos empenhemos por viver os imperativos do amor cristão até às últimas consequências, uma ação especialmente difícil no âmbito dos relacionamento. Nesta manhã nos ocuparemos um pouco de dois temas: obstáculos e perdão. Mais uma etapa deste método de que se serve nosso Senhor para confrontar nosso orgulho e autojustificação – confrontando-se, assim, nosso narcisismo.

 I. Obstáculos
- Não são poucos os obstáculos a que sirvamos a Cristo em nossos relacionamentos. Por vezes, devemos admiti-lo, temos o desejo de fugir. Ou de preparar tendas para Jesus, Moisés e Elias, num monte de transfiguração distante do ruído dos homens. Desnecessário dizer que semelhante anseio não é atendido por Jesus, pois a partir de Mt 17.9, os discípulos descem a montanha juntamente com o seu mestre.

- O texto inicia-se com duas epígrafes:
  1. “Não te deixes vencer do mal,
mas vence o mal com o bem.” (Rm 12.21)
  1. “Por um lado, nunca devemos acreditar que podemos depender dos nossos próprios esforços para vivermos como pessoas “decentes”, nem mesmo nas próximas vinte e quatro horas. Se Deus não nos ajudar, nenhuma de nós estará a salvo de pelo menos algum tipo grosseiro de pecado. Por outro lado, nenhum possível grau de santidade ou heroísmo que já foi documentado dos maiores santos, está além daquilo que ele, no fim, está determinado a operar em cada um de nós. O trabalho não será completado nesta vida: Mas ele pretende levar-nos o mais longe possível antes da morte.” (C. S. Lewis, Cristianismo simples)

- Precisamos dos outros e do outro para chegarmos a nós mesmos:
  • “O conflito com outras pessoas é um dos métodos misteriosos e contraintuitivos que Deus usa para salvar-nos de nós mesmos.” (p. 79)
a.    Meta: aperfeiçoamento progressivo: “Deus o usa para nos levar àquele ponto que quer que alcancemos antes da morte.” (p. 79)
b.    “Deus pode usar o conflito (assim como tudo na nossa vida) para vencer o pecado em nós e tornar-nos mais semelhantes a Cristo, com um amor por Ele e pelos outros, que reflita a sua natureza em nós.” (p. 79)
  • Ricoeur: “o menor caminho para mim mesmo é o outro”
  • Alteridade: alter – altera-me, modifica-me
  • Mt 10.39: “Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perda a vida por minha causa achá-la-á”

- Como lidamos com o conflito?
  • Fugimos?
  • Ou o enfrentamos com “uma perspectiva centrada em Deus?” (p. 81)

- A Bíblia encara os conflitos de frente:
  • “conflitos são problemas que a Bíblia encara sem rodeios” (p. 81)

Pergunta 1: Por que brigamos uns com os outros?
- Tiago 4.1-3:
  • “De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.”
 - O motivo seria:
  • Brigas
  • Prazer egoísta
è “mesmo quando alguém comete um pecado contra nós, o motivo verdadeiro pelo qual brigamos é que há algo de errado dentro de nós. (...) A palavra “prazer” que Tiago usa aqui seria melhor traduzida como “prazer egoísta”. Nem todos os prazeres são errados. Mas o prazer egoísta é.” (p. 82)

- Foco dos prazeres: louvor a Deus:
  • “Conforto, prazer, reconhecimento, poder, controle ou aceitação podem ser bênçãos a serem usufruídas. Mas elas se tornam pecaminosas quando permitimos que deixem de ser bênçãos e tomem o lugar daquele que abençoa.” (p. 83)
 - Modo pelo qual coisas boas tornam-se em pecaminosas:
  • Conforto à Eu tenho medo de trabalho árduo
  • Prazer à Eu tenho medo da dor
  • Reconhecimento à Eu tenho medo de ser ignorado
  • Poder à Eu tenho medo de receber ordens
  • Controle à Eu tenho medo do imprevisto
  • Aceitação à Eu tenho medo de ser rejeitado
G.: Perdemos aqui:
1.    Centralidade do louvor ao Senhor
2.    Confiança em Deus
3.    Dependência de Deus

- Inversão promovida pelo pecado:
  • “A glória de Deus e o amor ao próximo são substituídos pela glória e amor próprios. Você consegue ver como as coisas foram viradas de cabeça para baixo?” (p. 84)
 - Calvino:
  • “Cada um se adula a si mesmo e ergue um verdadeiro reinado em seu “ego” interior. Todos desejamos agradar-nos a nós mesmos e censurarmos as ideias e conduta de nossos semelhantes; e, no caso de surgir alguma discordância, tudo se converte em uma verdadeira explosão de veneno.” (A verdadeira vida cristã, p. 35)
 Pergunta 2: O que, para mim, se tornou mais importante do que meu relacionamento com Deus?
- O adultério espiritual e suas consequências:
  • Quando colocamos algo nas nossas vidas em primeiro lugar que não seja Deus, segundo Tiago, nos tornamos amigos demais do mundo e cometemos adultério espiritual. Isso é coisa séria.” (p. 84)

- Se a centralidade não é a glória de Deus, deturpamos ações e valores e imergimos no pecado:
  • “Quais são as coisas boas e inocentes pelas quais você vive mais do que por Deus? Tente se lembrar da última vez em que se irritou com um amigo, parceiro, colega de trabalho ou filho sem motivos justos. Pergunte-se: O que era mais importante para mim do que a glória de Deus?” (p. 85)

Pergunta 3: O que Deus faz com pessoas que o abandonaram por outra coisa?
- Nos conflitos, emerge o nosso pecado:
  • Enfrentamos assim os nossos limites – e vemos “humilhado nosso orgulho”
  • Humildade e paciência começam a ser gerados
  • “O que você acha que Deus usa para reconquistar o nosso afeto? Ironicamente, ele usa outras pessoas. Essa é uma das bênçãos que resultam dos conflitos. Ele usa os períodos difíceis nos nossos relacionamentos para que vejamos aquilo que, além de Deus, é nossa razão de viver.” (p. 86)

- Importância pedagógica e espiritual dos conflitos:
  • “Lembre-se, você não pode evitar conflitos, mas eles podem ser motivos para um crescimento maravilhoso.” (p. 86)

Pergunta 4: Uma vez que fomos salvos, o que devemos fazer?
- Arrepender-se e reconhecer – caminhos para o nosso crescimento espiritual:
  • “O reconhecimento do amor redentor de Deus deve nos levar a um crescimento na alegria da fé e do arrependimento diário. Reconhecer, admitir, confessar e rejeitar o pecado (arrependimento) juntamente com reconhecer, aceitar e adorar a Cristo (fé) é a única dinâmica que pode transformar um provocador de guerras em um criador de paz.” (p. 86-7)

- A graça nos torna humildes:
  • “Tiago já disse que você é recebedor da graça para que possa se tornar humilde.” (p. 87)

- Observação arguta de C. S. Lewis:
  • “É como C. S. Lewis diz: Quando você coloca as coisas importantes em primeiro lugar, o que vem em segundo não é diminuído, mas sim aumentado.” (p. 87)

- A prática:
1.    “Entenda que o conflito é uma forma de Deus operar em nossa vida”:
·         “O próprio Deus se empenha em conflitos. O fato é que a Bíblia é um livro no qual Deus entra em conflito para nos salvar.” (p. 88)
·         “O conflito sagrado é um ato de compaixão” (p. 88)

2.    “Identifique o que causa conflitos pecaminosos na sua vida”:
·         “O que tende a atrair a sua lealdade e seu afeto para longe de Deus?” (p. 88)
·         Será aceitação, poder, controle, reconhecimento, conforto, prazer ou sempre querer ter razão? Esses são alguns dos ídolos mais comuns na vida das pessoas.” (p. 88)

3.    Identifique a sua estratégia-padrão em conflitos?
·         Do que nos servimos para obter o que desejamos
·         Algumas dessas estratégias:
a.    Brigar para ter razão
b.    Evitar conflitos, para que não discordem de nós
c.    Evitar conflitos, pelo seu desconforto.

4.    Dedique-se a uma arte de guerra espiritual específica e inteligente:
·         “Você precisar ser impiedosamente sincero em relação ao seu pecado, mas também precisa ser ardentemente esperançoso em relação àquilo que Cristo fez por você na cruz. Você precisa se lembrar de que, pelo fato de ter o Espírito Santo, já tem todos os recursos à sua disposição para lutar contra o conflito pecaminoso.” (p. 88)

5.    Pense na outra pessoa:
·         I Ts 5.14-18: “Exortamo-vos, também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimos para com todos. Evitam que alguém retribua a outrem mal por mal; pelo contrário, segui sempre o bem entre vós e para com todos. Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo, daí graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.”
·         “Há uma hora certa para advertir, encorajar e ajudar a pessoa com quem estamos em conflito.” (p. 89)
·         “Se não estivermos adorando a Deus e colocando-o em primeiro lugar, fracassaremos miseravelmente e o que fizermos prejudicará mais do que ajudará as outras pessoas.” (p. 89)

6.    Faça um plano para abordar a pessoa:
·         Caminhos possíveis:
a.    Assuma qualquer pecado pessoal com o qual você tenha contribuído para a situação.” (p. 89)
b.    Fale claramente qual é o problema. Talvez haja mais do que um problema que precise ser abordado. Seja específico para que ambos estejam lidando com o mesmo problema. Trate de um problema de cada vez.” (p. 89)
c.    Pondere as possíveis soluções
d.    Realize a solução escolhida por ambos
e.    Avalie a realização
f.     Se você ficar preso e a situação não melhorar, esteja disposto a procurar ajuda de fora

- Importância da oração matinal, segundo Bonhoeffer, comentando o salmo 103):
·         “A oração da manhã decide sobre o resto do dia. A vergonha quanto ao tempo desperdiçado, a fraqueza e o desânimo no trabalho, bem como a confusão e a indisciplina em nossos pensamentos e nos relacionamentos com outras pessoas frequentemente têm sua origem no desleixo da oração matinal.” (Orando com os salmos, p. 55)

- Plano de Deus:
·         Restauração
·         Todas as coisas a servirem à sua glória
è “O plano do seu reino inclui a restauração total daquilo que ele criou. Ele não se contentará com nada menos do que com uma criação em que todas as coisas sirvam para a sua glória.” (p. 90)


 II. Perdão
- Epígrafe:
  • Sl 88.8-9: “Apartaste de mim os meus conhecidos e me fizeste objeto de abominação para com eles; estou preso e não vejo como sair. Os meus olhos desfalecem de aflição; dia após dia, venho clamando a ti, SENHOR, e te levanto as minhas mãos.”
  • Força expressiva, sincera e profunda dos salmos

- Não conheço texto escrito acerca do perdão mais carregado de emoção que Jo 21.15-17: Jesus prepara uma cena cuidadosamente elaborada para consolar Pedro: em lugar dos três nãos da negação do Senhor, vemos agora uma tríplice afirmação do amor:
  • Mt 26.69-75
  • Jo 21.15-17: “Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeiros. Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas. Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas.”
  • Após isso, a ação: apascentar as ovelhas. Não ficariam afastados dos homens, em estado contemplativo.

- Em outro momento poderemos discutir a questão do perdão em contextos políticos amplos: guerra, extermínio, violência extrema etc.

- Pecado: separação e conflito
  • “Cada história inclui pessoas que pecam e os que sofrem os efeitos do pecado de outros. Esse é um fato inevitável quando vivemos entre outros pecadores.” (p. 93)
- A escassez da prática do perdão entre os cristãos:
  • “o perdão é uma das atividades menos praticadas na comunidade cristã – isso, se é que é praticada.” (p. 93)
  • “a Bíblia fala sobre a prática do pecado como se fosse algo cotidiano.” (p. 93)

- A Bíblia é um livro sobre um Deus que perdoa – e que exige perdão:
  • “Conheci casais que estavam casados há vinte anos, mas nenhum deles, em momento algum, havia admitido algum pecado e pedido perdão com toda sinceridade. Como isso é possível? A Bíblia é um livro sobre um Deus que perdoa; e aqueles que receberam perdão são chamados a serem pessoas que praticam o perdão.” (p. 94)

O perdão e o cancelamento de uma dívida
- A parábola do credor incompassivo:
  • Mt 18.21-35
  • O autor se encarregará de comentá-la em algumas seções do capítulo

- Perdão: cancelamento de uma dívida:
  • “Quando você perdoa alguém, também cancela uma dívida.” (p. 95)

- Quando perdoamos, fazemos três promessas (p. 96):
1.    Não faremos uso da dívida enquanto instrumento de coerção:
·         “você se compromete a não lembrar ao ofensor toda hora daquilo que se fez”
2.    Não difamaremos a pessoa que nos ofendeu:
·         “Você promete que não falará da ofensa para outros a fim de difamar a pesoa que pecou contra você.”
3.    Não ficaremos remoendo a ofensa:
·         “Finalmente, você promete que não ficará remoendo a ofensa.”

- Calvino: “não há ninguém que não se julgue superior aos demais.” (A verdadeira vida cristã, p. 35)
Não perdoar custa ainda mais caro
- Não há dúvida de que perdoar é difícil.
  • “o perdão tem o seu preço. (...) cancelar uma dívida e absorver os custos dói.”

- Custos de não perdoarmos:
  • Castigo eterno
  • Amargura:
è “Jesus não deixa nenhuma dúvida quanto a fato de que o preço da constante falta de vontade para perdoar terá que ser pago por toda a eternidade.” (p. 96)
è “Seu comportamento feio revela o estado feio do seu coração. Além disso, apegar-se a uma ofensa fará você uma pessao amargurada e incapaz de amar, e você, inevitavelmente, causará danos aos seus relacionamentos.” (p. 96-7)

- “A sua falha de não perdoar alguém transformará você.”

- Perdão é um evento e um processo:
  • “o perdão não tem limites”
  • “Eu preciso continuar praticando perdão cada vez que vejo ou penso em você.” (p. 97)
  • Bonhoeffer: “você pode perdoar interminavelmente! Perdão não tem começo nem fim, ele acontece diária e continuamente, pois ele vem de Deus. É isso que é a libertação de todo artificialismo na convivência com o próximo, pois aqui somos libertados e nós mesmos, aqui podemos abrir mão de nosso direito, ajudando e servindo ao outro.” (Prédicas e alocuções, p. 63)

- Perdoar não significa esquecer:
  • Jr 31.34: “... Pois perdoarei as suas iniquidades, e dos seus pecados jamais me lembrarei”
  • Dois problemas:
1.    Não é realista
2.    Não é bíblico
  • “É por isso que o perdão é tanto um evento do passado quanto um processo que continuará no futuro.” (p. 98)

- A amargura, resultante da recusa em perdoar, terá como consequência a possibilidade de acirrar ainda mais nossos conflitos:
  • “você cederá à amargura sem perceber, porque acha que, já que perdoou a alguém no passado, tem o direito de guardar e nutrir alguns restos daquela mágoa no presente.” (p. 98)
  • Caio Fábio, em No divã de Deus II, analisando o Salmo 109:
a.    “E se não tomarmos cuidado o coração vai perdendo a possibilidade de voltar ao equilíbrio, a alma deixando se dominar, enervando-se de amargura. Se não ficarmos atentos vamos fazer uma confusão terrível a respeito de Deus – de como ele age em tal situação.” (p.58)
b.    “Saiba que a obra mais maligna que o diabo é capaz de fazer contra nós é aquela em que consegue encher-nos de amargura e revolta.” (p. 59)

- Perdão vertical (incondicional) e horizontal (condicional):
  • “O aspecto vertical do perdão é incondicional, mas o aspecto horizontal depende da admissão de culpa e do pedido de perdão por parte do ofensor.” (p. 99)

- Perdão não significa paz a qualquer custo:
  • “O capítulo 18 de Mateus nos ensina a lidar com os pecados dos outros.” (p. 99)
  • Isso implica “confrontar alguém de forma sutil com os seus pecados” (p. 100)
  • Não podemos ser omissos com os pecados dos outros.

- Mt 18.15-17:
  • “Se teu irmão pecar [contra ti], vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano.”

- Desculpas e perdão:
  • Desculpas: acidental
  • Perdão: intencional à pecado

- Perdão pela graça

- I Pedro 1.1-9:
  • Riqueza que temos em Cristo – nosso “credor compassivo”
  • “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos que são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas. Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo. Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma.”


- “Deixe-me encerrar este capítulo com um exemplo da vida real. Certa vez, um oficial turco assaltou e saqueou a casa de um armênio. Matou os pais idosos e entregou as suas filhas aos soldados, ficando com a mais velha para si. Algum tempo depois, ela conseguir escapar e se formou como enfermeira. Com o passar do tempo, encontrou trabalho numa guarnição de oficiais turcos. Certa noite, à luz de uma lanterna, ela viiu o rosto daquele oficial. A sua doença era tão grave que, sem cuidados excepcionais, estaria entregue à morte. Os dias se passaram e ele se recuperou. Um dia, o médico, se aproximando da sua cama com a enfermeira, lhe disse: “Se não fosse a devoção dela, você estaria morto”. Ele olhou para ela e disse: “Nós já nos encontramos antes, não é?” “Sim”, ela disse, “nós já nos encontramos”. “Por que você não me matou?” Ele perguntou. Ela respondeu: “Eu sou uma seguidora daquele que disse: Amai vossos inimigos”. Pela maravilhosa graça de Deus, imitemos essa irmã em Cristo nas nossas vidas e relacionamentos.” (p. 104)

- Bonhoeffer, em Discipulado: “Ser próximo não é mera qualidade do outro, mas é o direito que o outro tem sobre mim – só isto. A todo momento, em cada situação, é a mim que se exige ação e obediência. Literalmente, não sobra tempo para inquirir quanto à qualificação de meu semelhante. Tenho que agir, tenho que obedecer, tenho que ser o próximo para o outro.” (p. 37)

 Prof. Gilmário





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