sábado, 9 de fevereiro de 2013

AULA 1 - A IMPORTÂNCIAS DOS RELACIONAMENTOS


Hoje em dia as livrarias estão entulhadas de livros e revistas sobre relacionamentos.  Muitos talvez achem que esse módulo não seja relevante, tendo em vista a abundancia de material disponível. A nossa proposta aqui é que vejamos uma leitura dos relacionamentos a partir de duas lentes: pecado e graça. Se ignorarmos uma das duas tenderemos a ser ingênuos ou cínicos. Muitos recorrem a técnicas da sabedoria humana para aprenderem a se relacionar, no entanto, as técnicas humanas não podem prometer mudanças pessoais e interpessoais duradouras. E há um erro fatal na sabedoria humana: a promessa de que podemos mudar nossos relacionamentos sem ter que mudar a nós mesmos.

Sobre isso C.S. Lewis faz a seguinte afirmativa: “Nosso Senhor considera nossos desejos não demasiadamente fortes, mas demasiadamente fracos. Somos criaturas perdidas, correndo atrás de álcool, sexo e ambições, desprezando a alegria infinita que Ele nos oferece, como uma criança ignorante que prefere continuar fazendo seus bolinhos de areia numa favela porque não consegue imaginar o que significa um convite para passar férias na praia. Contentamo-nos com muito pouco.”

Nos relacionamentos nós nos contentamos com uma diminuição da tensão nos relacionamentos, mas Deus quer nos levar ao extremo e reconhecer que precisamos de um relacionamento com Ele e com o próximo.  Cada sofrimento que temos em um relacionamento  tem o propósito de nos lembrar da nossa necessidade dele. E cada alegria serve como metáfora para aquilo que podemos encontrar apenas nele.
Precisamos entender que quando aprendemos a amar a Deus mais do que nossos entes queridos, nós amaremos nossos entes queridos mais do que amamos agora.  Mas se amarmos os nossos entes queridos em detrimento de Deus, nos aproximaremos do ponto em que não teremos nenhuma amor pelos nossos entes queridos. Quando colocamos o mais importante em primeiro lugar, aquilo que vem em segundo, não é reprimido, mas aumentado.

Exemplos de pontos de tensão em nossos relacionamentos:
·         Ficamos com raiva dos nossos filhos adolescentes que complicam a nossa vida.
·         Assumimos uma atitude de defesa quando somos desafiados.
·         Evitamos encarar conflitos por medo.
·         Ostentamos uma atitude exageradamente política no trabalho.
·         Nos contentamos com relacionamentos danificados que poderiam ser restaurados.
·         Fofocamos sobre outras pessoas.
·         Mentimos com medo da reação dos colegas.
·         Traímos nossas convicções a fim de agradar a outros.
·         Procuramos relacionamentos confortáveis e evitamos relacionamentos difíceis.
·         Duvidamos de Deus quando nossos relacionamentos se tornam confusos.
·         Invejamos os outros pelos seus relacionamentos.
·         Tentamos controlar os relacionamentos para satisfazer nosso desejo de segurança.
·         Explodimos de raiva quando alguém atrapalha nossos planos.
·         Diante da decepção, nos tornamos amargurados.

Objetivos do módulo:
      Colocar o mais importante em primeiro luga
      Capacitá-lo a fazer isso
      Auxiliá-lo nas mudanças práticas.
       Provocar uma nova agenda em nossos relacionamentos.
Como Deus quer que vejamos nossos relacionamentos?

a) Nós fomos criados para relacionamentos.
Gn 2.18

Essa afirmativa tem mais a ver com o plano de Deus para nós do que com a necessidade de Adão.  Deus nos criou como seres relacionais porque Ele é o Deus social. Dentro da Trindade, Deus vive em comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e ele criou a humanidade à sua imagem.
Esse versículo nos revela a natureza com a qual Deus nos criou. E porque Deus criou um ser social – projetado para viver em relacionamentos – a criação permanece incompleta sem um companheiro adequado.

A palavra auxiliadora nos passa a idéia da natureza complementária de todos os relacionamentos humanos.  Assim os seres humanos foram criados com a necessidade de um relacionamento vertical e horizon

b) De certa forma, todos os relacionamentos são difíceis.

Todos os nossos relacionamentos são imperfeitos.  A entrada do pecado nos relacionamentos causou frustração e confusão. Já no próximo capítulos encontramos homens e mulheres trocando acusações e calúnias.
Em genesis 04 as coisas pioram e temos o primeiro assassinato.  Por isso, não é de admirar que nossos relacionamentos sejam tão confusos. Nossa luta contra o pecado se revela neles a cada instante. Se quisermos desfrutar de algum progresso ou de alguma benção em seus relacionamentos, precisamos reconhecer nossos pecados com humildade.


3)      Todos nós somos tendemos a ver os relacionamentos como um fim, em vez de um meio.

Ao refletirmos sobre Genesis 1-3, entendemos que o relacionamento primário a ser desfrutado por Adão e Eva era seu relacionamento com Deus. Essa comunhão com Deus era o fundamentos para a comunhão entre eles. A função de toda a criação era servir como uma seta que aponta para Deus. Mas, em nosso pecado, tendemos a tratar as pessoas e a criação como mais importantes.  As coisas que Deus criou para revelar a sua própria glória se tornaram na própria glória que buscamos.Nós buscamos a satisfação em relacionamentos humanos, quando esses deveriam apontar para a satisfação relacional  perfeita que encontramos apenas com Deus.  Ao revertermos essa ordem, elevando a criação acima do criador, acabamos destruindo os relacionamentos que Deus queria que desfrutássemos.

4) Não existem segredos que garantam  relacionamentos livres de problemas.

Todos nós estamos à procura de estratégias ou técnicas que nos livrem da dor nos relacionamentos e do penoso esforço que bons relacionamentos exigem.  Achamos que um planejamento melhor, uma comunicação mais eficiente, uma definição clara dos papéis, uma estratégia para resolver conflitos, estudos sobre o sexo oposto, testes de personalidade, façam a diferença.

Talvez haja valor em algumas dessas coisas, mas se elas forem tudo o que precisamos então a vida, morte e ressurreição de Jesus teriam sido desnecessárias.  Ajustes comportamentais não mudam relacionamentos de forma profunda, se não houver uma mudança na inclinação de nossos corações, e essa mudança só acontece em Cristo Jesus.

5)      Em algum momento, você perguntará se cultivar relacionamentos vale a pena.

Sempre haverá um dia que nos sentiremos desanimados e decepcionados com os relacionamentos.  A saúde e maturidade de um relacionamento não se reflete na ausência de problemas, mas sim na forma como lidamos com os conflitos, que são inevitáveis. Somos pecadores que vivem na companhia de pecadores.  Um bom relacionamento inclui suficiente sinceridade para identificar padrões pecaminosos que tendem a afetá-lo. Ele também inclui humildade e disposição para proteger  a si mesmo e a outra pessoa desses padrões.  Já que os problemas humanos são resultado de batalhas espirituais em nossos corações, os relacionamentos sábios sempre procuram estar atentos a essa lutas ocultas. Sempre precisamos ficar atentos aos desejos do nosso coração.

Uma boa maneira de identificarmos isso está na forma de lidarmos com as nossas decepções relacionais. Como você faz? Fala a verdade, demonstra paciência, se aproxima das pessoas  com sutileza, pede e concede perdão, ignora ofensas menores, encoraja e honra outros. Buscar entender o próprio coração é uma demonstração de maturidade cristã.

6)     Deus nos mantém em relacionamentos confusos para cumprir seus propósitos de redenção.
Aquilo que buscamos evitar é exatamente aquilo que nos transforma à imagem de Deus.  Relacionamentos difíceis são sinal do amor e cuidado de Deus para conosco. Antes de Deus transformar o nosso relacionamento ele usa o relacionamento para nos transformar.
Em meio às confusões dos relacionamentos nossos corações são revelados, nossa fraquezas expostas. Quando os relacionamentos nos levam ao limite buscamos a ajuda que apenas Deus pode providenciar.  

7)      O fato de nossos relacionamentos funcionarem verdadeiramente bem é um sinal claro da graça de Deus.

Um dos maiores empecilhos que enfrentamos em nossos relacionamentos é a nossa cegueira espiritual. Temos grande dificuldade em enxergar o nosso pecado e a maneira como Deus nos protege e aos outros dele.  Tendemos a julgar os relacionamentos pelo prisma das fraquezas e fracassos em vez do bem que Deus está operando.

8)      As Escrituras oferecem uma esperança clara para nossos relacionamentos.

Os problemas de relacionamento te deixam desanimado? Você acha que não vai conseguir ter relacionamentos maduros?  Pense em uma coisa:
Quando Jesus estava na cruz o relacionamento entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo estava completamente arrasado. Jesus se dispôs a ser o filho rejeitado para que nossas famílias pudessem experimentar reconciliação, o amigo desamparado para que pudéssemos ter amizades cheias de amor, o Senhor rejeitado para que vivêssemos em submissão uns para com os outros, o irmão desamparado para que tivéssemos relacionamentos divinos, o rei crucificado para que nossas comunidades pudessem ter paz.

Jesus nos reconcilia com o Pai, para que os demais relacionamentos sejam restaurados. A obra completa ocorrerá no céu, mas podemos desfrutar muito disso ainda na terra. O NT oferece esperança  de que os nossos relacionamento possam ser caracterizados pela compaixão, humildade, perdão, bondade, paciência, sinceridade construtiva, paz, perdão e amor. A graça de Deus torna tudo isso possível para nós hoje.


Vale a pena se relacionar com as pessoas?
Quando olhamos para as dificuldades em se manter um relacionamento com as pessoas nos perguntamos se eles valem a pena.
Mas após nos recuperarmos de uma desilusão, nos vemos novamente arrastados para a companhia de outras pessoas. Sabemos que somos menos seres humanos quando estamos sozinhos. Vivemos uma tensão entre o isolamento protetivo e o sonho por relacionamentos significativos.
O ponto em que nos encontramos entre esses dois extremos variam de relacionamento para relacionamento, mas, para a maioria de nós, nossos problemas se concentram perto de um dos dois extremos.

Vamos analisar alguns tipos de relacionamentos:

1)      Relacionamentos frustrados.

Aqui uma pessoa procura isolamento e a outra imersão. Como seria a arrumação para as férias nesse caso? Uma colocaria nas malas uma pilha de livros, e a outra faria uma agenda lotada de eventos a dois.  Como as pessoas se sentem nesse relacionamento?

O isolacionista se sente esmagado; o imersionista se sente rejeitado. Como as expectativas de ambos são constantemente frustradas o relacionamento se torna uma decepção. Os dois acham que estão certos e por isso acabam ficando irados.

2)      Relacionamentos emaranhados.

Aqui, ambos buscam a imersão. São extremamente dependentes um do outro, por isso se magoam facilmente quando as suas necessidades não são satisfeitas pelo outro. Acabam isolando outras pessoas.
Se fossem passar férias juntas, gastariam cada momento das férias juntas. Aparentemente, expectativas semelhantes parecem trazer paz e harmonia, mas na verdade produz muitos problemas, pois pelo fato de cada um esperar que o outro satisfaça as suas altíssimas expectativas, ambos se tornam muito sensíveis, são facilmente magoados e desenvolvem uma atitude crítica. Muita energia é gasta para se lidar com ofensas menores.
Esse tipo de relacionamento provoca desanimo, porque a pessoa nunca consegue satisfazer as expectativas do outro, dá tanto trabalho que não existe paz.

3)      Relacionamento isolado.
Aqui ambos se aproximam do isolamento, querem segurança, porque tem medo dos perigos decorrentes do envolvimento. As conversas são impessoais, seguras e limitadas. Ambos preferem revelar pouco de si.
Férias ideais: incluiriam muito tempo para cada um, com um mínimo de interação. Cada um leria um livro diferente. Esse tipo de relacionamento é complicado porque ao mesmo tempo em que ambos querem um relacionamento não tem coragem de se envolverem em um. Como são criados à imagem de Deus sentem falta de alguma conexão, mas o desejo por segurança os separa, tornando o relacionamento vazio e decepcionante.
Conclusões:
Isolacionista: os relacionamentos difíceis demais; são desnecessários e não valem o esforço.
Imersionistas: acham que os relacionamentos são tudo.
Para lidarmos bem com os relacionamentos precisamos fazer uma pergunta inicial e responde-la de forma bíblica: Qual o propósito de Deus para os relacionamentos? Como Ele quer que sejam os meus relacionamentos?
Portanto, a primeira preocupação que devemos ter é com nosso relacionamento vertical. Ou seja, a relação com Deus é a base para os demais relacionamentos.
O entendimento do relacionamento presente na Trindade é fundamental para uma compreensão de como devem ser os nossos relacionamentos.
Jo 17.20-26

Apontamentos do texto:

1)      Deus é a única comunhão em todo o universo que funciona adequadamente.

Em sua conversa com o Pai, Jesus medita sobre o relacionamento que o Pai, o Filho e o Espírito Santo tiveram por toda a eternidade. Ele deseja que seu povo desfrute do mesmo relacionamento.
Gn 1.26 deixa claro que a Trindade participou da criação.

2)      A Trindade é o único modelo adequado para a comunhão humana.
Quando nossos relacionamentos não funcionam como devem devemos nos pautar por esse relacionamento. O próprio Deus é um exemplo de comunhão amorosa, cooperativa e unificada e onde a diversidade é algo positivo e não um obstáculo.

3)      As pessoas feitas à semelhança de Deus foram feitas para a comunhão.
A comunidade humana sempre foi o plano de Deus para todas as pessoas. Apesar de sermos pessoas falhas em relacionamentos falhos, fomos criados como seres sociais. A comunhão de um com o outro não é apenas uma obrigação, é uma aspecto da nossa humanidade.

4)      Deus tem um propósito duplo para a comunhão humana: crescimento pessoal e testemunho para o mundo.
A oração de Cristo é que o seu povo possa crescer e refletir a sua glória como testemunho para o mundo.  O defeito principal dos relacionamentos é que, em geral, eles são movidos pelo desejo pessoal, e não pelos propósitos de Deus. Nossos relacionamentos precisam ser moldados não por aquilo que queremos, mas por aquilo que Deus quer.

5)      O egocentrismo do pecado nos distancia de Deus e de outras pessoas.
Jesus não estaria orando por nós e se aproximando da cruz se nós fôssemos capazes de construir esse tipo de comunidade por força própria.
O pecado nos leva a voltar a nossa atenção para dentro de nós mesmos e para longe da graça de Deus e dos outros.

6)      Comunhão humana verdadeira só resulta da comunhão com Deus.
Jesus nos convida a participar dessa comunhão divina com a Trindade, para que, então, possamos experimentar comunhão uns com os outros. Quando nosso amor por Deus é pouco, nosso amor pelo próximo também é. Não devemos buscar a comunhão uns com os outros antes de buscarmos a comunhão com Deus. A comunhão com o próximo só pode crescer, se a comunhão com Deus crescer.
                                                                                               
7)      Deus vive em comunhão com o seu povo para que possamos ter comunhão uns com  os outros.

Quando Jesus faz a sua oração ele sabe que a culpa do pecado nos separa uns dos outros. É por isso que eles esta indo para a cruz, sua morte e ressurreição não reconciliaram apenas o pecador individualmente com Deus, mas também os pecadores entre si.Quando Jesus pede ao pai a criação de uma nova comunhão humana, ele antecipa o que acontecerá com o seu próprio relacionamento com o Pai durante a sua morte pelos pecados do seu povo. Quando Ele grita “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?”, ele expressa uma comunhão rompida entre membros da Trindade. O relacionamento perfeito e de eterno amor entre Pai, Filho e Espírito Santo foi desfeito para que nós pudéssemos ser restaurados em Deus e reconciliados uns com os outros.

Conclusão

Quando nascemos dependemos de nossa mãe para sobreviver. Nos tornamos mais independente na adolescência, mas continuamos procurando relacionamentos, queremos ser  aceitos pelos nossos colegas e começamos a sentir o desejo por relacionamentos mais profundos, mais duradouros e mais delicados. Nos tornamos adultos e vivemos em um emaranhado de relacionamentos, família, trabalho, igreja, vizinhança. Quando envelhecemos olhamos para e nos lembramos com saudades da rede de relacionamentos que tivemos. Nossa memórias mais queridas e nossas mágoas mais profundas envolvem relacionamentos, e os momentos mais tristes tem a ver com entes queridos que morreram.Isso nos mostra que fomos criados à imagem de um Deus que desde sempre se relaciona. Portanto, relacionamentos não são opcionais, eles tem a ver com a nossa identidade, com a nossa humanidade. Quando evitamos alguém, estamos negando a nossa humanidade. Quando insultamos alguém estamos destruindo aquilo que Deus nos chamou para ser, uma comunhão moldada à imagem Dele. Mas quando nos aproximamos das pessoa, e as amamos, estamos confirmando a nossa humanidade, honrando o Criador. Preste atenção: se você está enfrentando problemas em seus relacionamentos a solução começa em Deus, devemos buscara agradar não a nós mesmos, mas Deus, em nossos relacionamentos.




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