quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

PALAVRAS E ADORAÇÃO


Adoração

Introdução

Bons relacionamentos sempre são construídos sobre duas bases: identidade e adoração. Se o nosso relacionamento não for construído sobre esses dois alicerces ele vai ruir. Esses alicerces não são aquilo que fazemos ou dizemos, pois os nossos corações estão sempre conosco e ele molda as nossas interações com os outros. Se o alicerce do nosso coração for sólido e estiver fundamentado na verdade, no plano e no propósito de Deus para nós, então seremos capazes de construir relacionamentos saudáveis e que honrem a Deus apesar de sermos pessoa falhas que vivem num mundo danificado. Por outro lado, uma comunidade danificada é sempre resultado de um alicerce danificado.

Identidade = não se trata do nome, CPF, RG. Mas a como você se define – quais talentos, qualidades, experiências, conquistas, alvos, crenças, relacionamentos e sonhos você utiliza para dizer: “isto é quem sou”.
Adoração = não estamos falando da liturgia do culto.  Mas pelo fato de sermos seres humanos, sempre existe algum desejo, alvo, tesouro, propósito, valor ou anseio que controla o seu coração.

Quando vivemos de acordo com a percepção bíblica de quem nós somos (identidade), confiamos naquilo que Deus é (adoração), ai somos capazes de construir relacionamentos saudáveis. O que você acredita e faz em relação a essas duas coisas determinará a forma pela qual você conviverá com as pessoas que Deus colocou em sua vida. Toda a vida é vivida a partir dessas bases: o que acreditamos a respeito de Deus, e o que acreditamos a respeito de nós mesmos.

A identidade que eu atribuo a mim mesmo sempre refletirá na forma com a qual eu respondo a você. Por exemplo, se eu disser a mim mesmo que sou mais inteligente do que você, dificilmente aceitarei um conselho seu.  A nossa percepção de identidade sempre determinará a qualidade dos meus relacionamentos.Adão e Eva comeram do fruto proibido porque se esqueceram da identidade que Deus lhes deu, a identidade de filhos de Deus que deviam viver dentro dos limites de Deus, não cabia a eles tomarem atitudes de forma independente.

Pessoas que se esqueceram de suas identidades:

Sara e Abraão – tentaram cumprir a promessa de Deus do seu próprio jeito.
Israel como nação – se esqueceu que era o povo escolhido de Deus, temeu as nações em sua volta, se casaram com suas filhas e adoraram seus ídolos.
Saul – se esqueceu que era um rei terrestre, representante do rei celestial e confiscou os bens  de guerra em vez de oferece-los a Deus.
Os discípulos – se esqueceram que foram eleitos os mordomos do trabalho do reino do messias e por isso se esconderam de medo enquanto o messias ia para morte.
Pedro – se esqueceu de sua identidade como mensageiro do Evangelho para todas as nações e sucumbiu à pressão dos cristãos judeus e rejeitou os irmãos gentios.

Pessoas que não se esqueceram de sua identidade:

- Moisés:  se lembrou de quem era, o líder o povo de Deus e podia contar com o poder de Deus,  e atravessou o mar vermelho.
- Davi: corajosamente enfrentou Golias.
- Sadraque, Mesaque e Abednego que se recusaram a adorar a imagem de Nabucodonosor.
- Paulo e Silas: Cantaram hinos na prisão de Filipos.

Nós também conseguimos, se nos lembrarmos que o nosso bem-estar e liberdade estão nas mãos do Deus Todo-Poderoso, que é nosso pai. Grande parte do drama do povo de Deus é um drama de identidade. Quando vivemos com uma percepção de quem somos em Cristo, vivemos a nossa vida baseado em tudo que recebemos por meio de Cristo. Assim, não vivemos à procura de receber essas coisas das pessoas e situações da vida.
Textos provas: Cl 1.21-23; 1 Pe 2.9-12; 1 Jo 3.1-3; Hb 10.19-25

Grande parte das nossas decepções e mágoas resultam das nossas tentativas de extrairmos dos nossos relacionamentos algo que já temos em Cristo. Nenhuma pessoa foi criada para ser a fonte de satisfação e felicidade pessoal de outra. Nenhum pecador é capaz de realizar tal proeza.  Sua esposa, filhos e amigos não podem ser a fonte da sua identidade, se isso acontecer, você estará pedindo ao um pecador que seja o seu messias. Só quando buscamos a nossa identidade no lugar certo é que conseguimos colocar as pessoas com quem nos relacionamos no lugar certo.  Qual o resultado disso? Críticas, frustrações, decepções, ira e desilusão. Não pelo fato de a outra pessoa ser pecadora, mas pelo fato de ela não ter me dado aquilo que busquei nela: a minha identidade.

2 – Adoração.

Aqui não estamos falando apenas das atividades religiosas formais praticadas na igreja. Adoração tem a ver com aquilo que me governa.

Mt 6.19-24

Todos nós vivemos em função de algum tipo de tesouro, o que decidimos que é valioso é que controla os nossos corações. Como perceber isso? Quando recebemos algo que julgamos ser valioso ficamos felizes, quando não recebemos ficamos tristes e frustrados.  Aquilo que controla o nosso coração, controla o nosso comportamento.  O amor e estima verdadeiros por outras pessoas provém da nossa adoração
Você tem dificuldade em ver a ligação entre os dois?

Meios para identificar o vínculo:

1 – Para amar ao próximo como devo, preciso adorar a Deus como criador.
Sl 139.13-16
Se não entendermos a sábia obra do criador, isso afetará o modo como enxergamos o nosso próximo.  Deus quer que nos lembremos que forma as Suas mãos que moldaram tudo o que existe.  Não há erros na criação. O formato do queixo da pessoa, do seu nariz, o seu tamanho, o seu cabelo, a sua pela, o timbre de voz, o jeito de andar, tudo isso foi feito por um Criador sábio. A pessoa é a criatura que ela é por causa o lindo plano de Deus.
Muitas vezes adoramos a Deus como criador no domingo e amaldiçoamos a sua criação na semana. Fazemos isso sempre que ficamos insatisfeitos com a maneira como ele criou as pessoas com quem nos relacionamos.  Quando fazemos isso, deixamos de adorar a Deus como criador, tentamos subir em seu trono e fazer de tudo para recriar a pessoa à nossa própria imagem. Isso sempre leva à frustração e ao fracasso.
Você está frustrado com o nariz do seu cônjuge, com os seios de sua esposa, com os cabelos brancos que surgem, com a falta de cabelo? Você não gosta de pessoas tímidas, ou extrovertidas? Só se aproxima de pessoas que tem uma conversa intelectual, ou de pessoas com conversas clichê?  Será que você não está tentando modelar a pessoa à sua imagem e deixando de adorar àquele que a criou desta maneira?

2 – Para amar ao próximo, precisamos adorar a Deus como soberano.
At 17.26
Todos nós sabemos que as nossas vidas não irão se desenvolver conforme planejamos. Não fomos nós que escrevemos a nossa própria história, nossa história foi escrita por Deus. É por isso que a minha história é diferente da sua. Foi Deus quem determinou com precisão onde cada um de nós iria nascer, quais os pais que iriam nos criar e qual a cultura que deveríamos viver.  E essa história é perfeita.  A pessoa que você é e a sua maneira de responder à vida foi moldada pelas escolhas soberanas de Deus e pelas suas reações à história que ele escreveu para você.
E mais ele determinou que você se envolvesse em relacionamentos e situações que você vive.  O que é um relacionamento?é um lugar onde duas pessoas se cruzam. Seu eu deixar de adorar a Deus como soberano eu vou achar que a minha família é melhor, que a minha cultura é melhor, que a minha história é melhor, e mais uma vez criar o outro à minha imagem.  E ficarei mais uma vez frustrado.
As pessoas que Deus colocou em sua vida, ele as colocou para o seu bem, para moldá-lo à imagem de Cristo.

3 – Para amar ao próximo precisamos adorar a Deus como Salvador.
Adorar a Deus como Salvador significa reconhecer que sou um pecador que vivem em relacionamentos com outros pecadores.  Não podemos nos esquecer que o outro também está em meio ao processo de redenção divina. Deus ainda está transformando o coração da outra pessoa. Nunca teremos um relacionamento como uma pessoa perfeita.  Quando nos esquecemos disso nos tornamos hipócritas, impacientes, críticos e julgadores.  Eu cedo à tentação de querer ser Deus e de transformá-lo de forma que só Deus pode.
Quando deixamos de adorar a Deus como salvador, deixamos de levar a sério o nosso próprio pecado e voltamos a nossa atenção para o pecado do outro.  Quando você é atingido pelo pecado de outra pessoa, você precisa permitir que Deus te use como instrumento em suas mãos redentoras e não querer transformar aquela pessoa por meio do seu próprio esforço. Só Deus pode fazer essas coisas.

Conclusão

Bons relacionamentos estão calcados em identidade e adoração.  Somente quando me lembro de quem sou quando adoro a Deus é que sou capaz de lhe oferecer um amor paciente, gentil, esperançoso e corajoso.
Quando vivemos com uma percepção de quem somos em Cristo, vivemos a nossa vida baseado em tudo que recebemos por meio de Cristo. Assim, não vivemos à procura de receber essas coisas das pessoas e situações da vida.
Textos provas: Cl 1.21-23; 1 Pe 2.9-12; 1 Jo 3.1-3; Hb 10.19-25

Grande parte das nossas decepções e mágoas resultam das nossas tentativas de extrairmos dos nossos relacionamentos algo que já temos em Cristo. Nenhuma pessoa foi criada para ser a fonte de satisfação e felicidade pessoal de outra. Nenhum pecador é capaz de realizar tal proeza.  Sua esposa, filhos e amigos não podem ser a fonte da sua identidade, se isso acontecer, você estará pedindo ao um pecador que seja o seu messias. Só quando buscamos a nossa identidade no lugar certo é que conseguimos colocar as pessoas com quem nos relacionamos no lugar certo.  Qual o resultado disso? Críticas, frustrações, decepções, ira e desilusão. Não pelo fato de a outra pessoa ser pecadora, mas pelo fato de ela não ter me dado aquilo que busquei nela: a minha identidade.

O que Deus tem a dizer sobre nossas palavras?

1 – Nossas palavras tem poder.
Pv 12.18; Pv 18.21; Pv 26.28;
Nossas palavras tem um poder destrutivo ou construtivo, promovem vida ou promovem morte.  Elas sempre produzem algum fruto.
Frutos de vida = conforto, encorajamento, esperança, compreensão, unidade e alegria.
Frutos de morte = medo, desânimo, falsidade, divisão e tristeza.

2 – As nossas palavras pertencem ao Senhor.
Gn 1 deixa claro que as primeiras palavras foram ditas por Deus.  A linguagem não é uma invenção humana que pode ser usada para servir aos nossos interesses, ou seja, a nossa capacidade de falar foi dada por Deus e existe para a Sua glória. As palavras nos separam do resto da criação e nos fazem sermos mais parecidos com Deus. Não devemos usar as palavras como bem entendemos, mas devem ser usadas para refletirem o caráter de Deus.
Usamos as palavras indevidamente quando fofocamos, murmuramos, criticamos sem amor, ofendemos, gritamos, xingamos, usamos as palavras como se elas fossem criação nossa.
Mt 12.36-37

3 – O mundo das conversas é um mundo de problemas.
Tg 3.2
Se formos sinceros, vamos admitir que palavras já danificaram tanto quanto ajudaram nos relacionamentos.  Nossas palavras são os indicadores mais evidentes da necessidade que temos da graça de Deus. Tiago diz que se fossemos perfeitos nessa área, seriamos em  todas as outras. As palavras revelam quem realmente somos.

4 – Os problemas das palavras são problemas do coração.
Lc 6.45
Se o pensamento, a atitude, o desejo, o sentimento ou o propósito não estivessem em nossos corações, nunca o que sai dos nossos lábios teria saído.  Deus quer que sejamos os donos da conexão entre os nossos pensamentos, desejos e palavras. O verdadeiro problema da nossa comunicação é que nós dizemos o que queremos dizer, e isso não tem nada a ver com habilidades linguísticas. Portanto, se quisermos transformar a nossa maneira de falarmos uns com os outros o nosso coração precisa, primeiramente, ser transformado.

Como, então deve ser a nossa comunicação?

1º - A nossa comunicação não deve buscar atender aos nossos interesses, mas aos interesses de Deus.
2 Co 5.15,20
Nossa missão é representar o nosso rei, nossas palavras são determinadas pelos interesses e pela vontade do rei. O que o nosso rei quer operar? Reconciliação.
Deus quer nos transformar em pessoas que estão mais interessadas naquilo que ele quer para nós do que naquilo que nós mesmos queremos para nós.  Ele que nos livrar dos nossos desejos escravizadores. Ele nos chama para que falemos mantendo em vista o seu propósito de reconciliação.
Infelizmente, perdemos de vista a reconciliação pelos motivos mais variados: elogiamos as pessoas porque queremos que elas gostem de nós,  deixamos de falar toda a verdade para evitarmos um conflito, gritamos com as pessoas porque queremos controla-las, queremos ter a ultima palavra em tudo. Muitas vezes buscamos fazer com que as nossas palavras nos façam os centros das atenções. Elas buscam os interesses do nosso reino e não do reino de Deus.
Quando as nossa palavras refletem os desejos de um coração voltado para si e não para a obra reconciliadora de Deus, não haverá fim para a nossa luta.

Como um embaixador deve falar?
Ef 4.29-30

b) O embaixador leva em consideração a pessoa. (Unicamente o que for bom para a edificação).
Comunicação saudável é a comunicação que se concentra no outro.  Paulo diz que nunca devemos dizer algo que não seja de ajuda para o outro. Já que o foco de Deus é transformar o outro à usa imagem, nós devemos falar de maneira que edifique o próximo.  E não importa apenas o que eu digo, mas como é dito. Devemos ter um propósito redentivo em nossas conversar, tudo o que falamos deve ter como finalidade edificar o outro. Nossas palavras nunca podem ser obstáculo para a obra de Deus.

c) O embaixador leva em consideração o problema (Conforme a sua necessidade).
Devemos sempre nos perguntar: qual é o problema neste momento? Antes de falar, preciso refletir sobre a sua maior necessidade. Do que a pessoa precisa? Encorajamento, consolo, esperança, orientação, sabedoria, coragem, repreensão, advertência, perdão, paciência, ensinamento, correção, agradecimento, discernimento.  Devemos buscar descobrir qual é a verdadeira necessidade da pessoa.

d) O embaixador leva em consideração o processo (que possa beneficiar aos que ouvem).
Isso significa que preciso me concentrar na melhor forma de dizer aquilo que precisa ser dito. A comunicação deve se preocupar com o conteúdo e com a forma.  Muitas vezes falamos a coisa certa da forma errada e na hora errada. Mas tanto o processo quanto o conteúdo precisa beneficiar a pessoa.


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